A pequena temporalidade: o cronotopo da cidade em Master of None

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: França, Arthur Barros de
Orientador(a): Alves, Maria da Penha Casado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54852
Resumo: O tempo é objeto de análise desde os filósofos da natureza, sendo entendido, de início, como ordem mensurável do movimento. Pela Física, muito depois, passou a ser tratado no período que se confunde com o próprio estabelecimento da área enquanto ciência. O conceito de espaço, por sua vez, apesar de seguir um itinerário semelhante, sempre gozou, ao menos na filosofia, de menor prestígio. Com Einstein, protagonista no abalo à mecânica clássica, os dois conceitos foram entendidos conjuntamente, um constituindo o outro. Bakhtin, valendo-se à época do abalo paradigmático, projeta o que denominou cronotopo para, dentre outras significações, explicar as estabilidades nos gêneros da literatura. Alargando a categoria, esta tese lida com outro material de análise: o seriado. Neste gênero, assim como o é na vida, determinados atos têm tempos e espaços distintos, de forma que a escolha por um ou outro recurso fílmico valora ideologicamente o acontecimento fictício, dando-lhe o acabamento que desejarem os profissionais responsáveis pela produção. Esses recursos constroem, ao retomar índices emotivo-volitivos, cronotopos menores (motivos cronotópicos ou pequenos cronotopos), podendo demonstrar, no conjunto, um tempo-espaço predominante. Nesse sentido, investiga-se, sob ângulo dialógico – isto é, ancorando-se na Análise Dialógica do Discurso (ADD) –, o tempo-espaço na formação da cidade, tendo como corpus cenas das duas (2) temporadas do seriado Master of None, produzido pela Netflix. Objetiva-se, ao identificar, analisar e discutir os cronotopos menores mais regulares – as coordenadas do tempo no espaço –, compreender o cronotopo dominante da cidade no universo da série, de maneira a revelar as relações mobilizadas na cidade fictícia, manifestando, assim, os centros organizacionais basilares dos acontecimentos e, por sua vez, a representação particular de homem e de vida. Para tal, os seguintes objetivos específicos são requeridos: (i) interpretar os cronotopos menores, identificando padrões; (ii) relacionar os cronotopos menores, problematizando a imagem de homem sugerida e a cultura inerente a sua atuação; (iii) discutir as relações dialógicas implícitas. A presente pesquisa insere-se na Linguística Aplicada (LA), com abordagem qualitativa, enfoque sócio-histórico e paradigma indiciário.