Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Moura, Francisco Aracildo de |
Orientador(a): |
Dantas, Eugênia Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31941
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Resumo: |
A violência é resultado e processo social que tece as relações nas grandes cidades. A cidade matizada na violência vai se (re)refragmentando e (re)articulando a partir da simultaneidade das ações e das reações dos segmentos População, Estado e Crime. Desta feita, a hipótese é que a violência em Natal, considerada nos últimos anos como uma das capitais mais violentas do Brasil, forma territórios que interfere na (re)fragmentação do tecido urbano e deteriora o seu espaço. Esses territórios caracterizam-se por serem dispersos, nem sempre apresentarem fronteiras, mas fazem uso do e estão presentes no espaço, o que dificulta a ação do Estado e da população que tendem a operar espacialmente com o viés localizado, por zona. Desse modo, considerando problemas específicos e pontuais desconsidera o tecido urbano enquanto totalidade da cidade usado pela violência. Por essa perspectiva buscamos compreender a violência em Natal e sua dimensão espacial considerando os Territórios de Violência no interstício 2012 - 2018. Este objetivo se desdobra em ações específicas, tais como: 1) identificar os fatores espaciais que contribuem para a territorialização do crime; 2) refletir sobre o processo de configuração dos territórios de violência enredado pelos agentes nele envolvidos; 3) mapear as ações do crime no tecido urbano de Natal; 4) analisar esses territórios considerando a (re)incidência de homicídios e roubos/furtos de veículos registrados em todos os bairros da capital potiguar. Nesse contexto, os dados a respeito da criminalidade em Natal, fornecidos pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED), o levantamento de matérias jornalísticas publicadas na mídia e a utilização da Estatística Espacial para a produção da cartografia do crime, avalizaram que os bairros do Alecrim, Candelária, Capim Macio, Igapó, Lagoa Azul, Mãe Luíza, Neópolis, Nossa Senhora da Apresentação, Pajuçara e Potengi detém alta reincidência dos crimes de homicídios e roubos/furto de veículos ao figurarem mais de uma vez em nossa análise como território com elevada concentração de ações violentas; reúnem maior probabilidade do cidadão ser vítima de homicídio ou roubo/furto de veículos ao possibilitarem a sobreposição de ações de violência que geram diferentes territorialidades engendradas pelo uso do poder para controlar áreas da cidade a partir de ações criminosas. Estes bairros ao terem sua base material usada e apropriada pelo crime, seja de modo disperso ou concentrado pelo agir da violência que ressoa no tecido urbano, sofreram elevadas tensões no espaço citadino a partir de ações que se opõem a atuação das forças de segurança e ao poder legal constituído. Ao se configurarem como territórios de violência, impulsionaram uma nova (re)fragmentação do espaço urbano e esgarçaram o tecer da trama cotidiana na cidade de Natal. |