Qual o impacto do crime para as vítimas? Uma análise considerando a influência dos roubos e furtos na percepção de segurança e migração no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fraga, Thaís Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9641
Resumo: O Brasil está entre um dos países mais violentos do mundo e os crimes contra o patrimônio representam o principal motivo de ocorrências criminais. Em 2013, 50,25% dos presos foram apreendidos por crimes contra o patrimônio, enquanto 12,63% por crimes contra a vida, de acordo com dados do Fórum de Segurança Pública (2013). O crime pode provocar diversos efeitos na sociedade, como a elevação do custo do governo com o controle de criminalidade, alocação de recursos dos indivíduos com segurança privada, redefinição dos preços de imóveis, perda de anos de vida da população, alteração da percepção de segurança do indivíduo, movimentos migratórios, redução do nível de aprendizagem e da produtividade no trabalho. Diante dessas possibilidades, esta pesquisa se propõe a considerar o impacto à segurança e aos fluxos migratórios. Apesar da sensação de insegurança representar a consequência imediata para a vítima, pode desencadear outros comportamentos defensivos, como a fuga de lugares com maior taxa de criminalidade para lugares mais seguros, contribuindo com a construção de nova ordem ao espaço urbano. Especificamente, este estudo se propõe a investigar o impacto dos crimes contra o patrimônio na percepção de segurança e migração recente dos indivíduos, adotando como método econométrico a combinação da regressão e reponderação, utilizando como peso o Propensity Score. Os resultados mostraram que a vitimização por roubo e furto reduziram a percepção de segurança do indivíduo no domicílio, bairro e cidade. Contudo, o roubo por representar um crime com violência ou ameaça e ocorrer predominantemente em espaços públicos contribuiu mais com a sensação de insegurança nos locais públicos (bairros e cidades) do que o furto. Quando considerado o impacto da vitimização sobre a migração recente, observou-se que apenas o furto incentiva os movimentos migratórios, uma vez que é predominante em ambientes domiciliares, diferente do roubo, mais frequente em vias públicas. Assim, o furto atua como push factor, expulsando os indivíduos do local que vivem para outro município, provocando uma redistribuição espacial entre as cidades.