O sentido da Pragmateía Epicurista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Maffezzolli, Marcone de Oliveira
Orientador(a): Silva, Markus Figueira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/29689
Resumo: Este trabalho postula que, por meio de uma pragmateía (πραγματεία), Epicuro busca espelhar um conhecimento acerca da natureza (physiología) num éthos equivalente, revalidando a concepção epicurista de filosofia como um saber para a vida (téchnen tiná perí ton bíon) e de sabedoria como atividade constante de reflexão sobre a natureza (phýsis) e de realização de um modo de ser de acordo com ela (katà phýsin). É em tal panorama, onde o homem busca uma aproximação com a natureza para reproduzir em sua alma um estado de imperturbabilidade (ataraxía), que se delineia a possibilidade de autorrealização ou do exercício de uma vida sábia. Nesse sentido, a pragmateía epicurista remete para uma prática filosófica desenvolvida na consecução de um conjunto de atividades (enérgeias) que traduzem em atitudes, condutas, escolhas, ações e pensamentos um éthos filosófico voltado para a busca do equilíbrio. Se nos textos de Epicuro são limitadas as ocorrências do termo pragmateía, por outro lado, ao exortar a prática filosófica por meio de exercícios de meditação (melétema) e de práxis (práxis), ele nos permite, a partir do uso dessas noções e de outras a essas vinculadas, evidenciar um sentido para a pragmateía, o que permite compreender como a physiología resulta em um modo de vida sábio. Nessa perspectiva, visamos demonstrar que a pragmateía epicurista estabelece seu sentido mais próprio quando compreendida como exercício ético. Isso porque é como trabalho permanente e inter-relacionado de meditação e práxis que ela conduz o pensamento e a ação para restabelecer no homem o sentido de autarquia (autárkeia), condição necessária para encetar-lhe a disposição para definir um éthos a partir do entendimento que tem da natureza e, com isso, poder fruir de uma vida livre, autêntica, equilibrada e feliz.