Práxis ou (neo) pragmatismo como paradigma dominante na formação de professores?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Monteiro, Diana Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=75211
Resumo: A presente pesquisa, perspectivada pela ontologia marxiana, consiste num estudo voltado para a categoria marxista de práxis e, a partir desta, são analisados os princípios neopragmáticos que perpassam as propostas em atividade na formação docente. Conforme pressupomos, os paradigmas que orientam a formação docente são pautados, fundamentalmente, não pela práxis, conforme anuncia o discurso oficial ecoado por diferentes autores do campo da didática, mas, pelo ideário pragmatista, em sua versão mais fetichizadora do neopragmatismo, em consonância com as exigências do processo de reprodução do capital, no contexto da presente crise. Efetiva-se aqui uma investigação de natureza teórico-bibliográfica. Para tanto, inicialmente, é traçado um sumário histórico-filosófico sobre a categoria práxis para o resgate onto-histórico do marxismo, cautelosamente, a contrario sensu, das distorções heterodoxas e reducionistas do arcabouço marxiano, elencando as diferentes concepções registradas por Vázquez (1977), acerca da referida categoria, mormente no seio das correntes filosóficas idealistas e mecanicistas, representadas, respectivamente, vale enfatizar, por Hegel e Feuerbach. Não obstante devamos reconhecer a contribuição inconteste desses dois pensadores no âmbito das elaborações tecidas por Marx acerca do homem como ser da práxis, faz-se mister reafirmarmos que aqueles dois importantes pensadores, para além de suas acentuadas distinções, apresentam uma concepção de práxis, a partir de uma orientação gnoseológica, a qual se situa aquém da perspectiva de apreensão do real sob a prioridade ontológica. Com efeito, o conceito de práxis elaborado nos marcos da ontologia critica inaugurado por Karl Marx assume um caráter essencialmente revolucionário, traduzindo-se como atividade onto-histórica, a qual se revela pela unidade entre teoria e prática, baseada numa relação de complexa interdependência e determinação recíproca entre pensamento e ação, como também, entre as esferas da subjetividade e da objetividade sob a predominância, em última instância, desta última. Donde se deduz que a práxis está sujeita às mediações necessárias para se desenvolver em sua plenitude, sem os entraves impostos pelo capital, que, por usa vez, com base nas análises empreendidas por Mészáros (2000), atualmente atravessa uma crise que afeta a estrutura do sistema, ocasionando a emergência de um crescente panorama de desumanização que afeta o tecido social em suas múltiplas dimensões, incluída aí a educação e seus vários domínios. Nesta, o quadro expressa-se, entre outras coisas, na precarização do trabalho do professor, na ascendente mercantilização do ensino e na ascensão de conteúdos que se consubstanciam num paradigma que transita entre o ativismo, o imediatismo e o utilitarismo, super dimensiona o cotidiano da sala de aula, nega, em larga medida, o aprofundamento epistemológico e suprime, por fim, a apropriação crítica das essenciais determinações do real. Nesse sentido, também procuramos desenvolver uma investigação sobre a - indébita – apropriação do conceito de práxis no universo de produções vinculadas aos paradigmas atuais da formação do professor, a partir de um mapeamento dos trabalhos publicados no GT Formação de professores e no GT Didática, nas reuniões anuais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), ocorridas no Brasil no período de 2005-2010, acompanhado da análise, à luz da ontologia marxiana, do tratamento conferido pelos diferentes autores, em relação à práxis docente. Palavras-chave: Práxis; (Neo) pragmatismo; Formação de professores.