O passado no chão do presente em Caetés, São Bernardo e Angústia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lopes, Larissa Cristina Viana
Orientador(a): Camargo, Katia Aily Franco de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30406
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar os personagens João Valério, Paulo Honório e Luís da Silva, dos respectivos romances Caetés (1933), São Bernardo (1934) e Angústia (1936), de Graciliano Ramos, diante do processo de rememoração que os narradores conduzem, tendo em vista que as narrativas estão em primeira pessoa. Trata-se, por conseguinte, de personagens que contam seus passados. Neste viés, a pesquisa, de caráter bibliográfico e indutivo, fundamenta-se nas formulações teóricas sobre memória e rastro segundo Platão (2001), Aristóteles (1962), Ricœur (2007), Todorov (2000), Bergson (1991), Halbwachs (1990), Bosi (1994), Benjamin (2006;2012a; 2012b) e alguns de seus estudiosos, entre outros. Tais leituras indicam que as lembranças são constituídas de imagens conforme aquele que as busca, o que aponta para seu caráter dinâmico, para os rastros impregnados na alma e, expressamente, para o traço constitutivo de seleção da memória. Embasados nessas discussões e de acordo com as análises empreendidas nesta pesquisa, dizemos que os personagens e seus processos de rememorações estudados passam por diferentes vertentes por causa de suas singularidades do passado, que se diferenciam, inclusive, nos períodos de tempo narrados, mas se entrecruzam ao passo que convergem para um ontem do qual os sentimentos irremediáveis de angústia e fracasso exasperam o hoje do guarda-livros, do fazendeiro e do funcionário público. Os respectivos personagens se dão conta da injustiça do mundo em virtude da condição social inferior na qual se encontram e que os levam a questões mais profundas sobre a existência a partir de seus olhares para o passado no qual estão, na devida ordem, Luísa, Madalena e Marina. As histórias de vida narradas por cada um deles perpassam relacionamentos amorosos complicados a partir dos quais é possível elucidar os caminhos trilhados para sentirem, no presente, o desarranjo interior de um vencido.