O plantel de Graciliano: personagens-jornalistas em Caetés, São Bernardo e Angústia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Torres, Hideíde Aparecida Gomes de Brito lattes
Orientador(a): Ferreira, Rogério de Souza Sérgio lattes
Banca de defesa: Gonçalves, Ana Beatriz lattes, Silva, Anderson Pires da lattes, Gomes, Anderson Soares lattes, Martoni, Alex Sandro lattes, Medeiros, Luiz Fernando
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6940
Resumo: Nos anos de 1930-1945, surge um tipo de romance que irá se tornar conhecido como “romance de trinta”. Entre suas temáticas, estão o processo de migração, as novas formas de organização social, o processo de urbanização, a modificação das relações entre a antiga oligarquia rural e a sociedade, com um reposicionamento de muitos de seus representantes no funcionalismo público e nos espaços da intelectualidade brasileira. Dentre os autores desta leva, está Graciliano Ramos, cuja obra será situada entre os romances regionalistas e/ou psicológicos. Além dos romances, Graciliano Ramos possui uma vasta produção entre artigos e crônicas de jornal, uma saída econômica para os tempos difíceis em que o escritor dificilmente se manteria apenas pela venda de livros. Assim, ao se estabelecer uma relação entre jornalismo e literatura como ponto de partida para uma interpretação de seus três primeiros romances, escritos em primeira pessoa, emergem 14 personagens-jornalistas. Nossa hipótese é a de que tais personagens são a resposta literária de Graciliano Ramos às temáticas emergentes em sua prática jornalística cotidiana e que dialogam com a realidade não apenas do escritor, mas dos demais escritores-jornalistas que lhe são contemporâneos e mesmo com autores de seu passado que refletiram sobre o literato como intelectual. Assim, esta tese investigará como esses três romances (Caetés, São Bernardo e Angústia) dialogam com seus textos não-ficcionais, tendo como eixo de leitura os personagens-jornalistas, que apontam ainda para a condição socioeconômica e histórica de muitos escritores de seu tempo, inclusive ele mesmo: a aspiração por uma condição de literato, de intelectual, no contexto político dos anos de 1930-1945; o desejo por reconhecimento social, que acontece frequentemente em conflito com a necessidade pela autonomia da escrita. Tal condição está estreitamente vinculada à condição de jornalista como categoria de trabalho e como grupo/classe social.