De Capitu ao alien: as relações dialógicas entre Dom Casmurro e o mashup Dom Casmurro e os discos voadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Pessoa, Rodrigo Luiz Silva
Orientador(a): Alves, Maria da Penha Casado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21649
Resumo: A produção de um gênero emergente conhecido como “mashup” vem aumentando do final da década de 80 até os dias atuais. Iniciado na esfera da informática, através da junção de dois ou mais softwares, deixou de ser apenas um termo técnico e tornou-se uma prática que foi se expandido também para outras esferas, inclusive a literária, por meio da reescrita de clássicos da literatura mundial. “Orgulho e preconceito”, de Jane Austen, por exemplo, foi reescrito com o título “Orgulho e preconceito e os zumbis”, no qual o autor Seth Grahame Smith escreve a obra em uma suposta parceira com a escritora inglesa, falecida no ano de 1817. Com o crescimento dessa produção, inclusive com a reescrita de clássicos da literatura brasileira, esse trabalho pretende analisar, sob a ótica da análise do discurso bakhtiniana, as relações dialógicas que se apresentam entre Dom Casmurro e a Dom Casmurro e os discos voadores, explicitando como é feita a construção do enunciado reescrito em diálogo constante com a matriz. Para tal, foram escolhidas as obras “Dom Casmurro”, clássico da literatura brasileira, da autoria de Machado de Assis, e “Dom Casmurro e os discos voadores”, obra revisitada pelo autor Lúcio Manfredi. Durante a análise do corpus, os conceitos de carnavalização e de hibridização mostraram-se presentes na comparação das obras, atestando que a narrativa mashup traz o elemente trash para a obra, além de promover alterações no enredo e em alguns personagens para adaptar à narrativa a essa nova ambientação. Tratando-se de uma pesquisa inserida na Linguística Aplicada (LA), ela tem um caráter qualitativo-interpretativista, de base sócio-histórica. A análise do corpus em questão revelou que não só as relações dialógicas, mas também a carnavalização estão presente no mahsup literário da obra em questão de maneira recorrente, pois encontramos vários excertos em que as obras estão em cotejamento dialógico, sendo dissonantes ou não. A presença de elementos da cultura trash (alienígenas, nesse caso) corrobora com a carnavalização bakhtiniana. Assim, acredita-se que o resultado da análise atende ao que foi proposto nos objetivos da pesquisa.