Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos, Fabiana Silva |
Orientador(a): |
Pereira, Shirley de Sousa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23992
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Resumo: |
Considerando que o português e o espanhol são línguas oriundas do latim falado e que em português o futuro do subjuntivo (FS) é empregado na linguagem moderna padrão (CUNHA e CINTRA, 2003; BECHARA, 2015, MATEUS et al., 2013), enquanto em espanhol foi substituído na estrutura condicional pelo presente do indicativo (PI) e na temporal pelo presente do subjuntivo (PS) na maioria dos contextos atuais de uso (NGLE, 2009; TORREGO, 2002; 2009; SALDANYA, 1999; GUTIÉRREZ, 1999; MONTOLÍO,1999), esta dissertação pretende descrever e analisar de forma comparativa as formas verbais que codificam o FS empregadas em orações adverbiais condicionais introduzidas por se/si e em temporais introduzidas por quando/cuando na escrita de editoriais dos jornais online o Estadão de São Paulo em português do Brasil (PB) e El País em espanhol da Espanha (EE). O objetivo desse estudo é indicar as semelhanças e os contrastes inerentes ao uso das formas verbais que codificam o FS em contexto de futuro, considerando fatores como: tipo de oração, posição da prótase em relação à apódose, formas verbais que codificam o FS e tipo de modalidade (epistêmica ou deôntica). Em relação à fundamentação teórica, para a definição e emprego do FS, foram revisitadas as abordagens normativa (CUNHA E CINTRA, 2003; BECHARA, 2015; TORREGO, 2002), descritiva (PERINI, 2000; MATEUS et al., 2013; NGLE, 2009; BOSQUE Y DEMONTE, 1999) e funcional (NEVES, 2011). A definição de modalidade está fundamentada no funcionalismo de vertente norte-americana, mais precisamente de Givón (1993, 1995; 2001; 2002), para a qual as concepções de modo e modalidade são compreendidas em uma visão além da categoria morfológica do verbo, levando em consideração a interação do contexto na situação comunicativa. Esta pesquisa apresenta uma análise sincrônica de língua de caráter qualitativo a fim de verificar as hipóteses levantadas, assim como de elaborar algumas generalizações relacionadas às formas verbais que codificam o FS; e também quantitativa visando, por meio dos resultados obtidos, comparar os aspectos específicos das ocorrências concernentes aos fatores elencados contrapondo-os a outras pesquisas que abordam o FS. Os resultados obtidos neste estudo ratificam o emprego do FS em condicionais e em temporais em PB, bem como do uso do PS nas temporais, do PI nas condicionais e do não uso dos FS em EE. Em síntese, esta pesquisa mostra que o PB e o EE codificam o FS em contexto de futuro de maneira particular, apresentando singularidades quanto ao emprego do modo (PB usa o subjuntivo nos dois tipos de orações, enquanto o espanhol emprega o subjuntivo nas temporais e o indicativo nas condicionais) e de tempo (em português é empregado o futuro e em espanhol o presente). Além disso, constatou-se que os fatores discursivo-pragmáticos bem como os sintáticos não apresentam diferenças significativas que possam explicar o emprego de formas verbais distintas entre as línguas em análise. Dessa maneira, depreende-se que a explicação para a diferença na codificação do FS entre PB e EE possa ser encontrada em uma análise diacrônica do fenômeno linguístico ora apresentado. |