Avaliação de ovinos naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais sob pastejo intermitente em cultivares de Brachiaria brizantha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Roberto, Francisca Fernanda da Silva
Orientador(a): Difante, Gelson dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25172
Resumo: Objetivou-se avaliar a resposta de ovinos naturalmente infectados por nematoides gastrintestinais, sob regime de pastejo com lotação intermitente, em diferentes cultivares de Brachiaria brizantha. O experimento foi realizado na área experimental do Grupo de Estudos em Forragicultura, localizado no Campus de Macaíba da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O período experimental foi de 31/03/17 a 31/08/2017, que correspondeu a dois ciclos de pastejo. Os animais foram mantidos em sistema semi-intensivo com pastejo intermitente e suplementados. Foram utilizados 48 ovinos, sem padrão racial definido, com peso médio inicial de 19,04 kg  0,96, distribuídos aleatoriamente em quatro piquetes compostos pelas cultivares Marandu, Xaraés, Piatã e Paiaguás. O delineamento foi o de blocos ao acaso com 12 repetições nos animais e dois blocos das cultivares. As variáveis fenotípicas avaliadas semanalmente foram: contagem de ovos por grama de fezes (OPG), coprocultura, volume globular (VG), grau de anemia, peso e escore de condição corporal (ECC). A recuperação de larvas infectantes no pasto e no solo, foram de acordo com a troca dos animais nos piquetes de pré e pós pastejo. As cultivares de B. brizantha avaliadas influenciaram a carga parasitária dos animais, que foram mistas e maciças com valores acima de 600 ovos/g independente da cultivar pastejada, havendo diferença significativa nesses valores entre as cultivares, variando de 635,71 ovos/g (Xaraés) a 1422,2 ovos/g (Marandu). Entre os ciclos de pastejo houve diferença no OPG dos animais mantidos na cultivar Marandu (999,1 e 1422,2), sendo a maior em relação às demais. Na coprocultura foram encontrados os gêneros Haemonchus sp., Trichostrongylus sp., Strongyloides sp., e Oesophagostomum sp. Haemonchus sp. foi o gênero de maior prevalência (acima de 80%) nos animais de todas as cultivares e ciclos de pastejo. No primeiro ciclo de pastejo houve diferença no VG dos animais mantidos nas cultivares Piatã (25,96%) e Xaraés (22,51%), sendo que os mantidos nas demais cultivares apresentaram valores intermediários. Quanto ao grau de anemia, os animais permaneceram com maior frequência nos graus 1, 2 e 3, em ordem de importância no ciclo 1, porém no ciclo 2, a concentração com mais de 50% dos indivíduos foi no grau 1. Quanto ao peso dos animais, o grupo mantido na cultivar Xaraés diferiu das demais (P<0,05), com menores médias, nos dois ciclos (21,79 e 26,91 Kg). O ECC dos animais se concentrou em 3 no primeiro ciclo de pastejo e entre 3, e 4 no segundo ciclo. As cultivares Marandu e Paiaguás apresentaram as maiores médias de larvas no pasto. A maior concentração de larvas foi encontrada no pré pastejo e na porção inferior. Foi possível recuperar larvas de estádio de vida livre e infectante dos gêneros Haemonchus, Trichostrongylus e Strongyloides. Nas amostras de solo de todas as cultivares, foram recuperadas larvas de vida livre e larvas infectantes dos gêneros Haemonchus e Trichostrongylus. A área da cv. Marandu apresentou maiores médias de larvas de vida livre (5,37) e Haemonchus (0,53). No primeiro ciclo de pastejo houve maior contagem de nematoides nas amostras de solo, quando comparado com o segundo, com exceção da cv. Marandu. Pode-se concluir que as cultivares B. Brizantha promoveram condições distintas para o desenvolvimento e sobrevivência dos nematoides gastrintestinais presentes no ambiente de acordo com as características morfológicas. As cultivares Piatã e Xaraés promoveram menores contaminações na pastagem e menores cargas parasitárias no ambiente e nos animais, porém a Marandu e a Paiaguás, proporcionaram melhores condições nutricionais aos animais, não havendo comprometimento das variáveis fenotípicas pela maior carga parasitária. As cultivares de Brachiaria brizantha Piatã, Xaraés, Marandu e Paiaguás devem ser recomendadas para sistemas de produção de ovinos em pasto.