Resumo: |
A importância de Lucio Costa (1902-1998) na produção e difusão, em terras brasileiras, do discurso modernista sobre a adaptabilidade da arquitetura ao meio vai além da sua obra construída. Neste sentido, esta tese propõe delinear a abordagem do arquiteto sobre o lugar a partir dos seus registros. Para tanto, procura identificar em que momentos o tema é mais evidente, os aspectos que foram privilegiados e as correlações com outras abordagens no mesmo período, sobretudo na América Latina. Parte de uma concepção de lugar que envolve duas escalas distintas (NORBERG-SCHULZ, 1980; TUAN, 1983; MONTANER, 2001): a grande escala do mundo exterior, com seus elementos constituintes, e a pequena escala da edificação, com seus aspectos materiais e espaços interiores (ROGERS, 1965; ROSSI, 1966; NORBERG-SCHULZ, 1980; GREGOTTI, 1985; ANDO, 1991; FRAMPTON, 1997). Paralelamente, são consideradas as duas naturezas do lugar, que fornecem informações objetivas, que podem ser graficamente representadas, e outras subjetivas, que teriam no texto a melhor forma de registro (NORBERG-SCHULZ, 1980; DURAND, 2003; CASTELLO, 2005). Esta visão sobre o lugar, os dados que ele fornece e suas formas de expressão, fundamentam a análise do tema com base nos desenhos e na produção textual do arquiteto. Os documentos cotejados revelam uma atenção especial sobre o tema nas quatro primeiras décadas de sua atuação, em especial nos anos trinta; também apresentam ênfases e abordagens variadas sobre os atributos que constituem o lugar, embora haja uma preferência pelos aspectos construtivos do edifício; e ainda mostram os pontos ou momentos de aproximação e afastamento do discurso latino-americano no mesmo período. |
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