O processo de inclusão escolar de uma aluna com cegueira da região do Seridó Potiguar/RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Raênia Suele Araújo de
Orientador(a): Silva, Luzia Guacira dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/54726
Resumo: O presente trabalho parte da relevância de reflexão sobre as práticas pedagógicas no atendimento a alunos com cegueira, na classe regular. Tal reflexão, apoia-se nos pressupostos da educação inclusiva, em que todos os educandos têm o direito de estarem juntos, convivendo, aprendendo e se desenvolvendo, tendo suas necessidades educativas supridas. Dessa forma, buscamos responder ao seguinte questionamento: Como ocorrem e em que se fundamentam as práticas pedagógicas e as relações estabelecidas em uma sala de aula dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, em um município do Seridó Potiguar, quando da presença de uma aluna cega em sala de aula? Para responder a esta indagação, traçamos como objetivo geral: Analisar a prática pedagógica, seus fundamentos e as relações estabelecidas em uma sala de aula dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com matrícula de uma aluna cega. E, como objetivos específicos: descrever as práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, quando da presença de uma aluna com cegueira; identificar os fundamentos de base das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula; e verificar como ocorrem as relações estabelecidas entre a professora, a aluna cega e entre esta e seus pares. No tocante aos aspectos teóricos e metodológicos, optamos pela abordagem qualitativa (Bogdan; Biklen,1994), do tipo exploratória e descritiva(Gil, 2002), aplicada por meio de um estudo de campo (Gil, 2002). Também utilizamos de outros procedimentos básicos como: a pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias (Lakatos; Marconi, 1992), e consulta documental, selecionando autores que discutem e aprofundam nosso tema de pesquisa, tais como: Ainscow(2009); Vigotski (2019); Perrenoud (2001); Zabala (2014), Freire (2011; 2013),Mantoan (2003); Silva (2014; 2017). A empiria se deu em uma classe regular do primeiro ano dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, de uma escola pública da rede municipal do Seridó Potiguar, onde realizamos observação simples (Gil, 2008)das Práticas Pedagógicas da professora titular, com quem aplicamos uma entrevista semiestruturada (Lüdke; André, 2018) e a técnica sociométrica (Vayer; Roncin,1990), estendida aos alunos da turma pesquisada. Os dados foram registrados em diário de campo, fotografias e gravador de voz. A análise e interpretação dos dados considerou a Análise de Conteúdo (Bardin, 1977) e as ideias de autores da área. Assim, os resultados evidenciam que as práticas pedagógicas da professora participante possuem aspectos que vão ao encontro da abordagem sociocultural e aos princípios da escola inclusiva, enquanto outros vão de encontro ou estão em transição, devido a não formação específica da professora em relação ao processo de aquisição do conhecimento por estudantes em condição de cegueira, que lhe permita prever e prover os materiais, métodos e estratégias pedagógicas que considerasse os sentidos remanescentes para mediar o ensino junto à aluna com cegueira. Portanto, consideramos que o processo de inclusão escolar da aluna com cegueira na região do Seridó Potiguar/RN é realizado via prática pedagógica em construção, pois transita entre aspectos que condizem aos princípios da educação inclusiva e aos da abordagem sociocultural, a qual consideramos e elegemos como uma das que mais se aproximam dos princípios do paradigma da inclusão. Embora, no período da observação, as relações estabelecidas entre a professora e a aluna com cegueira tenham se pautado na cortesia, no cuidado e atenção, não identificamos o chamamento da professora para a aluna participar em atividades de leitura e comemorações escolares, por exemplo, o que se confirmou na aplicação do sociograma. Já a relação entre os alunos, a aluna com cegueira fica de fora quando a questão é fazer atividades em grupo, necessitando intervenção da professora.