Minha vida daria um filme?: geografias de vida em territórios de corpos, gêneros e sexualidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carvalho Filho, Evanilson Gurgel de
Orientador(a): Cunha, Marlecio Maknamara da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25510
Resumo: O presente trabalho está vinculado às pesquisas (auto)biográficas em uma perspectiva pós-crítica e toma por objeto as conexões entre corpos, gêneros e sexualidades na formação inicial de professores/as de Ciências. A questão de pesquisa que mobilizou a minha escrita foi: “Quais as imagens que professores/as de Ciências em formação possuem sobre corpos, gêneros e sexualidades?”. Para respondê-la, formulei como objetivo analisar as imagens de futuros/as professores/as de Ciências quanto à corpos, gêneros e sexualidades através de suas histórias de vida. Operando metodologicamente com elementos da cartografia, conecto a trinca corpos-gênerossexualidades com as histórias de vida dos/as futuros/as professores/a de Ciências por meio do currículo do cinema. Os resultados desta pesquisa se mostraram múltiplos e multifacetados, não se restringindo à análise das narrativas dos/as professores/as, mas incluindo também: a composição de um modo fictíficocienticional de experimentar com a vida, inspirado em obras de ficção-científica e no meu encontro com o método cartográfico elaborado por Deleuze e Guattari; a criação de personagens conceituais (O Feiticeiro, A Grande Dama e O Grande Escritor); e o esboço de um mapa de geografias de vida, noção que passa a compreender as nossas memórias como territórios a serem explorados e que intenta relativizar o caráter potencialmente testamentário dos relatos de quem se autobiografa. Quanto aos resultados das narrativas dos/as professores/as em formação, pude inferir o que as imagens evocadas por eles/as podem propiciar em termos de suas futuras práticas pedagógicas quanto à referida trinca. Assim, para além dos flagrantes de normatizações nas vozes de alguns desses sujeitos, pude apanhar possibilidades de acolhimento a essa trinca e às linhas de fuga irrompendo nas geografias de vida cartografadas. Concluo que há falhas nas imagens dos/as futuros/as professores/as de Ciências, seja em corpos, gêneros e/ou sexualidades, mas que esses sujeitos acionam o currículo do cinema de forma que as luzes da sétima arte atravessam as rachaduras dos currículos de formação de professores/as e dos seus discursos. Quanto à possibilidade de suas vidas serem passíveis de uma escrita roteirizada, tais sujeitos, ao responderem se suas vidas dariam um filme, demonstraram ser possível trazer para as pesquisas (auto)biográficas a possibilidade de reconfigurar o vivido por meio de uma estética que aproxime nossas memórias às obras de arte, borrando as fronteiras entre a realidade e a ficção.