Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lima, Edjancley Teixeira de |
Orientador(a): |
Lima, Nubia Maria Freire Vieira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA - FACISA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32720
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Resumo: |
A violência é um fenômeno conhecido mundialmente e impacta de modo significativo nas relações interpessoais e entre grupos. Socialmente apresenta valor subjetivo, sistemático e desencadeador das condições sociais e, deste modo, necessita ser amplamente compreendido uma vez que acarreta os mais variados impactos biopsicossociais. A investigação da violência doméstica, mais especificamente, no contexto periurbano reveste-se de importância científica e social, considerando a existência de poucos estudos sobre as relações de gênero vivenciadas por mulheres que residem e/ou que desenvolvem atividades rurais e os impactos sofridos pelas mesmas. A mulher vítima de violência doméstica apresenta risco de desenvolver morbidades, com possibilidade de resultar em problemas de sono. Nesse sentido, este estudo apresenta como objetivo avaliar a frequência e a relação de violência doméstica contra mulheres horteiras com a qualidade de sono e sonolência diurna. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, observacional e descritivo, com abordagem quantitativa. O estudo foi realizado em 2 (duas) cooperativas de mulheres horteiras, situadas no bairro Paraíso do município de Santa Cruz, interior do Rio Grande do Norte. Para a coleta de dados, foi utilizado ficha de caracterização sociodemográfica, em seguida, foram aplicados os instrumentos de medida validados no Brasil para rastreio de violência doméstica e para avaliação da qualidade de sono e sonolência excessiva diurna a partir dos instrumentos HITS-Brasil, o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI) e a Escala de sono de Epworth. Para análise dos dados quantitativos, foi utilizado o programa Statistical Package for Social Sciences. Sessenta e oito (68) mulheres foram consideradas para análise. Foi realizada análise descritiva da distribuição de frequência das variáveis categóricas e numéricas. A normalidade da distribuição foi determinada pelo teste de Shapiro-Wilk, para a análise descritiva foi empregado o teste não paramétrico coeficiente de correlação de Spearman. Foi adotado um nível de significância de 5% (p <0,05). Com a aplicação do Instrumento HITS, identificamos que 85,2% (n= 58) das entrevistadas não apresentam indicação de experiência de violência doméstica, enquanto, 14,8 % (n=10) vivenciaram essa experiência. Com relação análise da sonolência diurna, entre as entrevistadas, 92,5% (n=63) apresentaram pouca sonolência, enquanto 7,5% (n=5) apresentaram sonolência diurna excessiva. Com os resultados do escore final do PSQI, verificou-se nesta amostra que, 53,0% (n=36) classificou a qualidade de seu sono no último mês como boa, 47,0% (n=32) como ruim. No tocante à análise de correlação dos dados, houve correlação entre HITS e valores de Epworth no sentido positivo, ou seja, a experiência de episódios de violência está associada a maior sonolência diurna, ainda, essa correlação está presente entre HITS e PSQI evidenciando experiências de episódios de violência associada a má qualidade de sono no último mês de vida das participantes, a correlação encontrada entre HITS e horas trabalhadas por dia é negativa, quanto maior o período trabalhado, menor a ocorrência de violência doméstica. Com os resultados do estudo ficou evidenciado um número pequeno de mulheres horteiras vítimas de violência doméstica, todavia, considerando as variadas apresentações de violência doméstica, o presente estudo sugere associação entre violência doméstica e sonolência diurna excessiva e associação entre violência doméstica e má qualidade de sono no último mês. Espera-se que este estudo sirva de subsídio para promover discussões nas associações de mulheres horteiras para promoção de empoderamento e cuidado à saúde. |