Estimulação transcraniana por corrente contínua e mobilização neural em indivíduos com lombociatalgia crônica: ensaio randomizado controlado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ferreira, Aryostennes Miquéias da Silva
Orientador(a): Souza, Clécio Gabriel de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/57281
Resumo: A lombociatalgia é uma condição muito comum na população e ocorre quando alterações da coluna vertebral provoca danos à raíz nervosa, gerando dor radicular, irradiada para a perna com distribuição somatotópica. É uma condição com elevados níveis de dor e incapacidade. Em situações crônicas, pode estar presente o fenômeno de sensibilização central, como forma de neuroplasticidade mal adaptativa, que pode provocar dor neuropática devido a disfunção somatossensorial. Dentre as formas de tratamento, a Mobilização Neural é uma técnica de terapia manual validada e recomendada para esta condição. De forma alternativa e adicional a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) tem surgido como recurso para tratamento da dor neuropática na tentativa de modular a função cerebral. OBJETIVO: Verificar se a ETCC acrescenta benefícios na redução da intensidade da dor, sintomas neuropáticos e incapacidade em indivíduos com dor radicular crônica, quando associada à Mobilização Neural. MÉTODO: Trata-se de um Ensaio Clínico Controlado Aleatorizado com indivíduos que apresentavam dor radicular crônica divididos em dois grupos: Grupo Experimental (ETCC ativa + Mobilização Neural) e Grupo Controle (ETCC sham + Mobilização Neural). O desfecho primário avaliado foi a intensidade da dor, medida através da Escala Numérica da Dor; os desfechos secundários foram a incapacidade, avaliada pelo Roland Morris Disability Questionaire (RMDQ); os sintomas neuropáticos, avaliados pelo Douler Neuropathique Questionnaire (DN4) e pelo Pain Detect Questionnaire (PDQ). Além disso, foi aplicada a escala de Efeito Global Percebido, ao final da intervenção. A avaliação foi realizada antes e após o protocolo de intervenção e aos sete e catorze dias de seguimento para o desfecho primário. A intervenção consistiu em cinco sessões em dias consecutivos de ETCC sobre M1, com intensidade de 2 mA, durante 20 minutos. Os dados foram analisados estatisticamente, sendo aplicados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Levene para verificar a normalidade e homogeneidade da amostra, e em seguida realizada uma ANOVA mista de medidas repetidas. Para análise das variáveis categóricas foi utilizado o teste de Qui-quadrado de Pearson. Foi assumido um nível de significância estatística de 5% e um intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: O estudo contou com 44 participantes, sendo 33(75%) mulheres e 11(25%) homens, com média de idade de 41,36(±13,056) anos. A média da intensidade da dor na primeira avaliação foi 7,30(±1,936). Houve redução da intensidade da dor para ambos os grupos no decorrer do tempo (p=0,001), no entanto, quando analisada a interação do tempo por grupo não foi verificada diferença entre eles (p=0,756). O mesmo resultado foi observado nos desfechos secundários, incapacidade (p=0,251) e sintomas neuropáticos (p=0,638). Em relação ao efeito global percebido, a maioria dos participantes (83%) relatou se sentir melhor à condição anterior, porém sem diferença entre os grupos (p=0,735). CONCLUSÃO: o protocolo de intervenção com mobilização neural foi eficaz para melhora dos desfechos desse estudo, mas a ETCC não promoveu efeito adicional na melhora da intensidade da dor, sintomas neuropáticos e incapacidade em indivíduos com dor radicular crônica quando associada a esta técnica.