Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Barros, Thiago Leite de |
Orientador(a): |
Ferreira, José Luiz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24412
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Resumo: |
A poesia de Augusto dos Anjos é marcada por contrastes, apresentados pelo poeta como oposições complementares. As figuras da Mãe e da Meretriz, presentes em sua obra, são facetas antagônicas que representam o mesmo princípio feminino. O caráter subversivo da poesia de Augusto dos Anjos e seu tom de crítica social (HELENA, 1984; SOUZA, 2009; SANTOS, 2009; GARCIA, 2009), através dos temas da solidariedade e da empatia (ERICKSON, 2015), nos levaram a ver na Mãe e na Meretriz imagens com as quais o eu-lírico se identifica. Analisando sua poesia através das lições do Estudo Analítico do Poema (CANDIDO, 1996) e das teorias da literatura comparada (ADORNO, 2012; MERQUIOR, 2013; BOSI, 2013; BARTHES, 2002), observamos que, por um lado, a Mãe representa o tema da reprodução assexuada e, por outro, a Meretriz carrega a ideia da rejeição da sexualidade. O estudo das imagens da Mãe nos poemas “Mater Originalis”, “A Ideia” e no “Soneto” ao Filho nos levaram a entender ainda que a rejeição da reprodução sexuada se relaciona à revolta contra o controle masculino sobre o aspecto reprodutor do corpo feminino (Beauvoir, 2009), enquanto as imagens da Meretriz no soneto “Depois da Orgia” e na parte VI do poema longo “Os Doentes” trouxeram à tona a questão da dominação sexual do corpo feminino pelo poder masculino (Bourdieu, 2002). Observamos que as figuras masculinas do Pai (no soneto “A Árvore da Serra”) e do Sátiro (versos 91-144 de “Monólogo de uma Sombra”), em oposição à Mãe e à Meretriz, condensam o simbolismo do controle do Patriarcado sobre os corpos femininos em seus aspectos reprodutor e sexual, respectivamente. Estabeleceram-se pontes entre as diversas imagens analisadas, em conjunção com os símbolos que com elas se articulam. Concluímos considerando que a poesia de Augusto dos Anjos traz uma compreensão sobre a posição subalterna das mulheres na hierarquia dominada pelo androcentrismo, que poda sua criatividade e sua subjetividade, e se apresenta como uma obra poética repleta de sentimento de revolta contra as relações de poder perpetuadas pelo Patriarcado em nossa sociedade. |