Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Cintia Layse [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65336
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Resumo: |
Esta pesquisa tem por objetivo realizar um cotejo entre a obra poética de Augusto dos Anjos e a obra poética do heterônimo Álvaro de Campos-Fernando Pessoa, tendo como elemento comparativo entre as duas obras o sintagma noite, marcante em ambas. Na mitologia arcaica grega, a Noite Negra é a expressão do Não-Ser, filha do Kháos. Mãe do Céu e da Terra, geradora do sono e da morte, dos sonhos e das angústias, da ternura e do engano. No campo literário e poético, na maioria das vezes, representa o momento da angústia, o abrigo das paixões inconfessáveis, dos mistérios e da tristeza. À vista disso, compreender o que significa a noite para ambos os poetas é extremamente desafiador, pois nos leva a uma busca interpretativa da relação que os seus conceitos derivados ou a ele relacionados (sombra, insônia, sonhos e escuridão) têm com o pensamento moderno e com o desejo intenso de representar o infinito e o mistério que há na vida humana. Nesse sentido, pode-se dizer que tanto Augusto dos Anjos quanto Fernando Pessoa cantaram a desordem de um mundo moribundo e desordenado. Os poetas criaram uma poesia desconfortável, em que há uma ruptura, uma violação da linguagem poética, uma produção inovadora que se mostra em desacordo com as concepções mais figurativas de abordagem do real. As personas construídas pelos poetas deixam manifesto sua fundamentação na obscuridade noturna e, ao aspirarem vislumbrar a natureza da existência, partem do princípio de seu potencial transfigurador. São sujeitos poéticos que revelam uma busca de si mesmo numa jornada íntima pelo emaranhado labirinto noturno. Desse modo, os poetas transpõem os limites de espaço e tempo, apresentado um sujeito que se mostra cindido entre as fronteiras da realidade vista, sentida do mundo, do ser e o vazio do não-ser. Assim, a pesquisa incide basicamente na análise textual de poemas do livro Poesia Completa de Álvaro de Campos (2007) de Fernando Pessoa e do livro Eu e outras poesias (2015) de Augusto dos Anjos, buscando compreender os efeitos poéticos obtidos pela utilização do signo noite e seus diferentes significados na poesia dos dois autores. |