Narrativa de si sob outras vozes silenciadas em: una sola muerte numerosa, de Nora Strejilevich

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Serrão, Raquel de Araújo
Orientador(a): Oliveira, Andrey Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25881
Resumo: Esta pesquisa visa analisar o romance-testemunho Una sola muerte numerosa, de Nora Strejilevich, publicado pela primeira vez em 1996 e reeditado em 2006. Essa obra, ainda não traduzida para o português e tampouco estudada sob o olhar literário pelas academias no Brasil, aqui se apresenta como objeto de reflexão acerca da relação entre Literatura e violência. Ao considerar a totalidade da trama, elaboramos alguns questionamentos pertinentes para a compreensão de sua escrita, considerando o estilo em razão do contexto repressivo de seu tecido narrativo. Dentro das questões que orientam a investigação, observamos, sobretudo, o heterodiscurso, os gêneros discursivos e o cronotopo na obra. Essas esferas categóricas nos auxiliam a pensar as questões da pesquisa: Como a violência de Estado é refratada na obra? Que traços diferenciais tem a obra com relação aos testemunhos tradicionalmente conhecidos na literatura latinoa-mericana? Quando se compara a estrutura comum com a maioria das produções literárias consideradas testemunhais, sem dúvida, temos no romance um diferencial estético. Ele se apresenta como uma composição estética dialógica por trazer os discursos sociais em dissonância na narrativa. Além desse aspecto dialógico, a fragmentação narrativa é um tópico imprescindível ao analisar Una sola muerte numerosa, uma vez que a obra não segue uma linearidade dos eventos, mimetizando as rupturas pelo contexto sócio-político ditatorial argentino de 1976 a 1983. A partir do estudo da formalização estética do romance, buscamos entender de que modo a violência vem participar como categoria temática, eixo de sua composição. Nosso estudo, no entanto, não pretende esgotar as possibilidades interpretativas da obra, nem pretende debruçar-se sobre a situação sócio-político de uma época, mas observar o diálogo entre a obra e o contexto. Tomamos como base teórica o Círculo de Bakthin, auxiliada por estudos que versam sobre a relação Literatura, Memória e Testemunho.