Passado (Re)negado: vozes que emergem de corpos silenciados
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2021/00089 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13719 |
Resumo: | A presente tese se insere dentro da discussão em torno de testemunho e trauma. Nosso propósito é estabelecer relações entre o trauma provocado por episódios historicamente violentos e formas estéticas de representação. Nesse sentido, histórias de vida e literatura se entrecruzam e trazem para o campo simbólico o elemento traumático, a fim de ampliar na sociedade seus espaços de escuta. Por isso, propomos uma leitura que pretende reunir os testemunhos orais prestados à Comissão Nacional da Verdade e a literatura produzida a partir de sua instauração, numa análise comparativa que visa compreender como os casos reais podem falar dentro da ficção e como o texto literário pode atuar na transformação do trauma individual em trauma coletivo. Esta pesquisa se desdobra em torno da análise de obras literárias e testemunhos orais que se utilizam da narrativa para elaboração do trauma histórico associado às perdas causadas pela ditadura civil-militar brasileira (1964-1985). Tanto o testemunho quanto a ficção literária se dispõem do recurso narrativo como possibilidade de se superar o trauma vivenciado. Em linhas gerais, esta tese pretende discutir, por meio de pressupostos teóricos freudianos, o conceito de trauma em termos de historicidade, ou seja, pretendemos situar a perda no nível histórico, como defende o teórico americano Dominick LaCapra (2005). Nossa análise será composta por tipos de textos distintos: K. Relato de uma busca (2014), de Bernardo Kucinski, obra literária que transfere para personagens ficcionalizados um exemplo historicamente concreto; O corpo interminável (2019), de Claudia Lage, ficção literária; e o testemunho de Hildegard Angel, irmã do desaparecido político Stuart Angel Jones e filha de Zuzu Angel, vítima do regime militar ditatorial. Por meio do espelhamento entre o real e o literário, cujo foco recai sobre o desaparecimento forçado de pessoas, procuramos demonstrar que a literatura preenche lacunas, ilumina obscuridades e reflete sobre os vazios que o registro histórico não poderia alcançar. Concluímos que a arte quebra o silêncio, busca o sentido e a compreensão simbólica tão necessários para elaboração do trauma. |