Resumo: |
A partir das três primeiras obras literárias escritas por Francisco José Costa Dantas, respectivamente Coivara da memória (1991), Os desvalidos (1993) e Cartilha do silêncio (1997), este trabalho analisa a construção de um espaço literário que representa o estado de Sergipe entre os anos de 1900 até 1950. As narrativas de Dantas recriam esse Sergipe do passado por meio de suas sentenças e imaginação, essa última movida por experiências e recordações. Para tanto, procuro examinar quais são os aspectos que compõem este lugar do passado forjado por criatividade, vivências e palavras. A vista desse objetivo, irei investigar como Francisco Dantas construiu sua identidade enquanto autor e intelectual em Sergipe, assim como analisarei sua repercussão enquanto escritor no cenário nacional e local. Farei uso dos conceitos de “nome próprio” e escrita de si de Derrida, em cotejo com outros autores. Em seguida, irei perquirir o quanto Francisco Dantas articula suas experiências pessoais e familiares na produção de sua literatura, recriando espaços de sua juventude. Para tanto, mobilizarei Yi-Fu Tuan, Robert Tally, Peter Turchi e Aleida Assmann. Assim como, irei problematizar a ação dos personagens na sociedade sergipana recriada pelo autor, examinando as tensões sociais, e comparando esses homens e mulheres feitos por sentenças aqueles que pertenciam a experiência do vivido de Francisco Dantas. Desse modo, também busco compreender como o autor mobiliza o regionalismo em sua literatura, para construir esse recorte espacial nordestino, repleto de nostalgia e tópicas tradicionais regionalistas. Dessa forma, farei uso sobretudo da problematização do conceito de Nordeste e nordestino proposta por Durval Muniz de Albuquerque Júnior. A partir da análise de tais elementos, será possível estudar como Francisco Dantas forjou seu Sergipe literário enquanto uma representação criativa do espaço pertencente a experiência do vivido. |
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