O que as tramas simbólicas e estéticas da cultura do Candomblé nos revelam para se pensar o corpo na Educação Física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Ingrid Patrícia Barbosa de
Orientador(a): Medeiros, Rosie Marie Nascimento de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21344
Resumo: Nesta pesquisa, convidamos à reflexão por um olhar fenomenológico sobre o corpo através da descrição do ritual do Xirê vividos no Ilê Axé Dajô Obá Ogodô que se constitui como uma casa de matriz africana onde se cultua a religiosidade do candomblé Ketu. Este ritual foi escolhido por revelar elementos potentes para interrogar o entendimento do corpo e do ser sensível. Assim, lançamos como questões nesta dissertação: que corpo se expressa nos rituais dos Xirês dos Orixás? E como podemos visualizar uma compreensão do corpo e do sensível nos rituais vividos nesta casa? A partir disso, as dimensões estéticas e simbólicas do espaço e do tempo sagrado do ritual do xirê, em especial os cenários de Exu, Obaluaiê, Iemanjá e Oiá nos deram a ver, a sentir e pensar outra lógica para o corpo no universo da Educação Física. As reflexões tecidas no estudo se engendraram a partir de uma análise fenomenológica que se afina com as atitudes do filósofo Maurice Merleau-Ponty. Assim, incorporamos a descrição da experiência vivida registrada como percebido, a redução e a interpretação do fenômeno. Para tanto, fizemos um exercício epistêmico de natureza qualitativa que usou como instrumento de coleta de dados, os registros imagéticos desse ritual, entrevistas com alguns adeptos da cultura do candomblé e os registros em diários de campo das sensações vividas no universo pesquisado que foram alcançadas e interpretadas numa trajetória de muitos encontros com as atividades do terreiro. Diante disso, és aqui mais um estudo que abre possibilidades para ultrapassar os limites da ciência, dando a ver as possibilidades de ser paradoxal, de ser cambiante, de ser sujeito e objeto, de ser sagrado e profano, de carregar imagens e símbolos, de ser mítico, de se ser atravessado por forças ancestrais, da tradição, querecupera o ser que somos por desfrutar de um espaço-tempo outro,valorizando os sentidos e saberes do corpo, correspondendo ao poder de ser transmutante, fenômeno estético, performático. Tem a capacidade de ler a si mesmo e se inventar, ao invés de aceitar modelos pré-estabelecidos. São corpos que encenam outra lógica de ser e está no mundo e assim inspira outros sentidos que desafiam a Educação Física a pensar, sentir e agir através desse corpo que subverte. Acreditamos, que esse saber tratado aqui é surpreendente, talvez extravagante e esquisito, mas confere uma força que pode ser contagiante.São reflexões que nos levam ao espanto, ao que é fora do cotidiano, aos quais muitos desafios ainda se impõem, entre eles a compreensão do corpo e do ser sensível.