Significações culturais e simbólicas do corpo do Balé Folclórico da Bahia: uma herança sagrada para a Educação Física

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mesquita, Olênia Aide Leal de
Orientador(a): Medeiros, Rosie Marie Nascimento de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25186
Resumo: Nessa pesquisa, procuramos investigar o simbolismo das danças da cultura afro-brasileira apresentadas no espetáculo Herança Sagrada do Balé Folclórico da Bahia, sob a perspectiva do corpo fenomenológico de Merleau-ponty (1945, 1964), pautando a percepção como fonte subjetiva de conhecimento, possibilitada pela arte da dança, mais especificamente as danças populares aqui vistas como textos corpóreos que transcrevem marcas da cultura. É, portanto, na leitura de algumas coreografias da principal obra do grupo que nos debruçamos, as quais foram amplificadas e ressignificadas ao serem transmutadas dos terreiros e senzalas para os palcos, atribuindo novos sentidos culturais e simbólicos, além daqueles já construídos desde sua criação. Propomos ampliar não só os conceitos de cultura e símbolo, mas também preencher lacunas ainda existentes na área da Educação Física, no que tange a trabalhos que investiguem o corpo sob uma ótica ontológica sensível. Em busca desse objetivo, utilizamos o método fenomenológico de Maurice Merleau-Ponty, por entendermos que o conhecimento que procuramos alcançar não se dá somente pela racionalização de um olhar distante do objeto, mas pelo que o ouvir, o ver e o sentir o fenômeno nos dá a pensar, a partir da sua apreciação potencializada pela redução fenomenológica, que suspende nossas certezas no mundo. Para conduzir esse entendimento, utilizamos as ferramentas e instrumentos propostos no livro A Análise dos Espetáculos, que vão desde a descrição das cenas e dos gestos dos bailarinos, até os elementos como música, luz, figurino, maquiagem, entre outros, que simultaneamente e unidos às entrevistas feitas com os integrantes do Balé, dão o sentido do espetáculo, dentro de uma dinâmica que liga os diferentes signos, construindo uma rede de significados que fizeram brotar saberes que foram refletidos conforme se anunciavam. Ao final, percebemos o corpo do Balé como um corpo em constante construção, um corpo aberto e inacabado que se constitui e desconstitui conforme suas relações. Entendemos que essas reflexões são de grande valor para Educação Física, pois propiciam um conhecimento sensível e aberto, livre de simplificações que o tornem incomplacente, além de ratificar o corpo como sensível exemplar, sem determinismos ou reducionismos que o vejam simplesmente como máquina. Essa visão pode ajudar a romper com estereótipos corporais presentes nessa área de conhecimento, livrando-o da instrumentalização ao entendê-lo como sujeito que se relaciona no mundo, percebendo e se expressando, guiado principalmente pelo desejo e pela necessidade de preencher-se significativamente.