Produção de mudas de Aroeira (Myracrodruon urundeuva Fr. Allemão) visando sua conservação e percepção sobre seu uso sustentável em comunidades de um município do semiárido potiguar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lima, Larisa Maria da Silva
Orientador(a): Aloufa, Magdi Ahmed Ibrahim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24592
Resumo: A aroeira (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) pertencente à família Anacardiaceae, ocorre nos biomas caatinga e cerrado. Amplamente explorada devido a sua madeira pesada e praticamente imputrescível, e por causa das suas propriedades medicinais. Por esses motivos, a aroeira está na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, na classe vulnerável. Portanto, é uma espécie que deve-se dar ênfase a estudos sobre a percepção ambiental das pessoas e a definição dos protocolos e estratégias que favoreçam a produção de mudas com qualidade. Este trabalho tem três capítulos, nos quais os objetivos foram: testar a germinação da aroeira em diferentes substratos comuns, testar a produção de calos de aroeira em diferentes concentrações do hormônio fitoregulador 2,4D afim de criar um protocolo para a produção em grande escala de mudas e avaliar a percepção ambiental dos moradores do município de Baraúna, bem como captar conhecimentos tradicionais sobre a Myracrodruon urundeuva. No primeiro capítulo as sementes foram cultivadas nos substratos areia; argila; areia misturada com argila, 50% de cada; areia com húmus, 50% de cada; argila com húmus, 50% de cada; e argila com areia e húmus, 25% de areia, 25% de argila e 50% de húmus, foram feitas observações e regas diárias durante 15 dias, para determinar a porcentagem, o tempo médio e a velocidade média de germinação. A espécie apresentou os piores resultados, em todos os parâmetros, com os substratos que possuíam húmus, porém, nos substratos areia+argila e areia apresentou os melhores resultados. No segundo capítulo foram usados segmentos foliares de 1cm ² e quatro concentrações diferentes do regulador de crescimento 2,4D, que foram: 2,32, 4,64, 6,96 e 9,28μM. Os resultados mostraram que a melhor concentração para o desenvolvimento dos calos foi de 4,64 μM e que quase todas os explantes oxidaram, confirmando a necessidade de um meio com agentes antioxidantes. No terceiro capítulo foram realizadas 101 entrevistas semiestruturadas de 25 a 28 de fevereiro de 2017, através de questionários abordando os seguintes aspectos: a) dados pessoais, b) Dados socioeconômicos, c) informações sobre o conhecimento, d) sobre o uso medicinal e e) sobre uso da madeira. Constatou-se que grande parte dos entrevistados acham a Caatinga importante em algum nível; mais da metade dos entrevistados notaram que a aroeira está diminuindo em algum grau; as propriedades medicinais da aroeira são conhecidas pelos entrevistados, principalmente pela sua ação anti-inflamatória; muitos ainda usam a aroeira para tratar doenças com extratos feitos da casca; e pouco se registrou de uso madeireiro. Com os resultados gerados por essa pesquisa foram definidos protocolos de cultivo ex vitro quanto in vitro, além de confirmar a grande popularidade da aroeira, o que a torna ainda mais vulnerável. Nesse sentido, estudos sobre o cultivo e percepção ambiental de espécies florestais ameaçadas podem ser precursores de modelos e mecanismos, seja para o manejo, bem como para a recuperação de suas comunidades.