Padrão alimentar de idosos residentes em instituições de longa permanência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Liberalino, Laura Camila Pereira
Orientador(a): Lima, Kenio Costa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/23524
Resumo: A alimentação é uma necessidade humana de livre demanda e com muitos significados, contudo, na Instituição de Longa Permanência para Idoso (ILPI) ela passa a ser um bem coletivo, com horários delimitados e quantidades controladas, que podem alterar o comportamento alimentar e comprometer a saúde dos idosos. Nesse sentido, identificar padrões alimentares poderá melhorar a compreensão das práticas dietéticas e auxiliar nas intervenções nutricionais e educativas. A escassez de informações sobre a situação alimentar e nutricional dos idosos institucionalizados de Natal-RN, motivou conhecer o padrão alimentar desse grupo, para subsidiar a elaboração de estratégias que propiciem melhor condição de saúde para os idosos. Esse trabalho objetivou identificar e caracterizar o padrão alimentar dos idosos que residem em Instituições de Longa Permanência e propor um Questionário de Frequência Alimentar (QFA). Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal, envolvendo todos os idosos residentes nas ILPI (n=300), com e sem fins lucrativos, localizadas no município de Natal/RN. O consumo alimentar foi obtido no ano de 2013, a partir do método do registro alimentar por pesagem direta dos alimentos e posterior análise do rejeito, durante dois dias alternados. O padrão alimentar foi identificado a partir da Análise de Componentes Principais, considerando-se a média da quantidade de alimentos consumida (em gramas). Os escores fatoriais dos padrões alimentares foram categorizados em tercis (baixo, moderado e alto consumo) e verificadas as associações com características sociodemográficas, estilo de vida, condições de saúde, estado nutricional e práticas alimentares, revelando a existência ou não de tendência para cada característica e os níveis de consumo de cada padrão. Para elaboração do QFA, definiu-se uma lista de alimentos a partir da contribuição percentual de energia, carboidrato, proteína, gordura total, cálcio e vitamina D. Entre os alimentos mais consumidos, destacam-se: Laticínios, arroz e preparações, frutas e oleaginosas, feijão e leguminosas e sucos e bebidas. Observou-se que o item alimentar mingaus e papas é o principal contribuinte para o fornecimento de energia, proteína, carboidrato e cálcio da dieta. O QFA constou de um número reduzido de itens alimentares, que poderá ser aplicável em população semelhante após aprimoramento do seu modelo. Foram identificados três padrões de consumo alimentar: “Arroz, batatas e carnes”, “Peixes e massas” e “Feijão e sopas”, explicando aproximadamente 70% da variabilidade total do consumo. Verificou-se que os idosos fisicamente ativos possuem tendência para alto consumo do padrão “Arroz, batatas e carnes”. Já os idosos do sexo masculino, entre 60-69 anos, fisicamente ativos, fumantes, sem restrição de mobilidade, com ingestão excessiva de energia e que não necessitam de ajuda para se alimentar, têm tendência para alto consumo de “Peixes e massas”. Por fim, os idosos do sexo masculino, com restrição de mobilidade e com dieta pastosa, apresentam tendência para alto consumo do padrão “Feijão e sopas”. Sendo assim, a identificação do padrão alimentar evidencia a necessidade de intervenções alimentares, a fim de evitar o aumento da prevalência da desnutrição entre os idosos. No planejamento de cardápios das ILPI também é preciso estabelecer medidas que incentivem o consumo de frutas, legumes e verduras.