Os memes na construção identitária do professor de língua inglesa: um ressoar de vozes no Facebook

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Macedo, Anne Michelle de Araújo Dantas
Orientador(a): Faria, Marilia Varella Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26236
Resumo: As redes sociais online passaram a representar um espaço de construção e expressão de identidades e valores na contemporaneidade. Como parte dessa cultura da web, os memes facilmente são associados como partículas de transmissão cultural, indicando comportamentos que são replicados através da imitação e interferindo, sobretudo, na maneira como nos vemos e nos posicionamos no mundo. O presente estudo intenciona discutir as identidades culturais de professores de língua inglesa que são construídas a partir de seus posicionamentos em memes compartilhados no Facebook. A pesquisa, de natureza qualitativa e interpretativista, insere-se na área da Linguística Aplicada, o que nos permite transitar, no campo teórico, por entre a tríade Facebook/identidade/linguagem, ancorando-se no modelo sócio-histórico de linguagem do Círculo de Bakhtin e nos Estudos Culturais (HALL, BAUMAN, WOODWARD). O corpus é constituído por 5 memes compartilhados por 4 professores de língua inglesa em 4 fanpages do Facebook: Profissão Professor, Professor Sofredor, Professora Sincera e Professora Indelicada. A análise discursiva dos memes revela que o “outro” é imprescindível na constituição da identidade do docente de língua inglesa, pois essa se funda e se forma nesse incessante processo dialógico de vozes sociais interconectadas online e offline. Os enunciados mostram que neste processo de negociação de identidades culturais no Facebook, o professor de língua inglesa compartilha com a representação da sua imagem como tendo sido “destronada” e “profanada” pela sociedade atual, com a de um sujeito que ganha pouco em relação a outras profissões, que não tem prestigio, que é oprimido pela classe dominante e, por isso é mal compreendido pelos alunos e pela própria sociedade. Porém tais assertivas descortinam um perigo: aquilo que é socialmente compartilhado passa a exercer grande força e a ganhar status de verdade. Daí, a necessidade de evitarmos reforçar esses discursos de desatualização e de desprestigio social, ancorados nos já-ditos e frutos de um longo processo histórico e cultural. Quem sabe assim, paulatinamente, consigamos alterá-los.