Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
BARROS, Ana Carolina Almeida de |
Orientador(a): |
AZEVEDO, Karina Falcone de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19998
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Resumo: |
Neste estudo, voltamo-nos aos comentários publicados, via Facebook, decorrentes das postagens de memes em diferentes fanpages, com o objetivo de investigar como é construído o processo de compreensão textual apontando para a possibilidade de emersão(-ões) de sentido(s), considerando-se, para tanto, que os humanos, seres de linguagem simbolicamente estruturada, produzem significação(-ões) nas práticas comunicativas em que estão engajados. As postagens e comentários publicados refletem valorações, em adesões ou contra-adesões, observadas desde as categorias ou macroesferas temáticas que proporcionam a emergência dos próprios memes, transitando fluidamente por questões sociais, econômicas, futebol, uso de redes sociais, etc., como também através das estratégias lançadas e validadas pelos próprios interlocutores, desembocando em produções e possibilidades de sentido(s); sabe-se, todavia, que o(s) sentido(s) coadunam-se a práticas sociais situadas e não refletem de maneira direta a ordem do mundo, mas é a linguagem que medeia as relações com os outros, as experiências e o que é tomado enquanto realidade e verdade. Tendo em vista essas vinculações e o que nelas estão implicados, consideramos importante analisar como os comentários evocam práticas comunicativas e, possivelmente, as coletivizações de experiências. Para tanto, estruturamos o corpus deste trabalho através de comentários postados, no período de junho de 2014 a junho de 2015, a partir de 13 (treze) fanpages, mas incidindo analiticamente sobre 5 (cinco) exemplares de memes e 26 (vinte e seis) comentários. Partimos das bases teóricas que refletem uma perspectiva sociocognitivista dos gêneros, desenvolvida em Berkenkotter & Huckin (1995), Marcuschi (2002, 2008) e Miller (1994, 2012), apoiando-nos, contudo, para os estudos propriamente dos memes em Dawkins ([1976] 2001), Blackmore (1999), Heylighen (1993), Lima-Neto (2014) e Chagas (2015); acerca dos comentários, alinhamo-nos a Cunha (2011), Borges (2012) e Costa (2015), e recorremos a Recuero (2005; 2009) a fim de uma melhor noção e articulação sobre os sites de rede social, como o Facebook (FB). Para o empreendimento analítico e as reflexões que abarcam elaboração, processamentos, estratégias, mas também compreensão leitora, fez-se importante revistar Marcuschi (2002, 2008, 2011), Koch (2009a, 2009b), Solé (1998; 2009), Leffa (1996), Coscarelli & Novais (2010) e Kleiman (2013), e considerar que essas instâncias coordenam-se a saberes de diversas ordens, a conhecimentos textuais, aspectos cognitivos e ao próprio contexto, encontrando em Tomasello (2003), Bazerman (2011), Marcuschi (2002; 2008), Ferrari (2003) e Van Dijk (2012, 2013a, 2013b, 2015) as orientações e elaborações-base. Ao identificar estratégias linguístico-cognitivo-discursivas nos comentários, verificamos que o acesso aos sentidos se constituem como um processo a partir das ações comunicativas dinâmicas estabelecidas nas comunidades, onde estão refletidos o olhar compartilhado e a diversidade de diretrizes, que auxiliam a construir existências e verdades, sendo a linguagem o lócus e a via por onde toda a ação coordenada entre os interlocutores acontece. Entendemos, nessas configurações, que os memes fornecem orientação aos atores de linguagem, auxiliando-os na construção de imagens e representações, quando os interlocutores ratificam ou negam construções grupais via comentários, em decorrência das suas escolhas e organizações textuais, considerando, para tanto, os repertórios similares, em (re)construções e (re)modelações, na emersão de sentido(s). |