Avaliação do acesso às ações assistenciais no período neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pinheiro, Josilene Maria Ferreira
Orientador(a): Andrade, Fabia Barbosa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32537
Resumo: O período neonatal requer uma atenção qualificada, dada a susceptibilidade do recém-nascido às adversidades. Este estudo objetivou avaliar o acesso e a implementação das ações assistenciais preconizadas pelo Ministério da Saúde para o período neonatal e suas associações com as características institucionais e sócios demográficas. Realizou-se um estudo de coorte em quatro maternidades públicas da cidade de Natal/RN, Brasil. Constituiu a amostra 415 binômios mãe/filho, sendo recém-nascidos a termo, peso ≥ 2,5kg e Apgar ≥ 7,0. A coleta de dados foi realizada 48h após o nascimento (presencial), com sete dias e 28 dias de vida (por ligação telefônica). A partir dos dados obtidos foram desenvolvidos cinco estudos, sendo três transversais, um longitudinal, e face ao contexto atual da Covid-19, uma revisão narrativa. Os estudos abordaram questões referentes às ações assistenciais ao recém-nascido e a continuidade do cuidado no período neonatal, à prevalência da realização dos cinco testes de triagem neonatal, aos determinantes da oferta de complemento ao leite materno nas primeiras 48 horas de vida, às práticas alimentares no período neonatal, e aos desafios para manter o aleitamento materno exclusivo diante da pandemia da Covid-19. A análise estatística incluiu frequências absolutas e relativas, e a regressão múltipla de Poisson, com Intervalo de Confiança (IC) de 95%. Dos 415 binômios inicialmente avaliados, houve uma perda de 13,7% no segundo período e de 16,6% no terceiro período. As mães, majoritariamente, encontravam-se na faixa etária de 20 a 29 anos (46,5%), eram casadas ou viviam em união estável (79,0%) e possuíam ensino médio ou superior (65,3%). Quanto ao recém-nascido, a maioria (52,5%) era do sexo masculino, com média da idade gestacional de 39,2 ± 1,3 semanas e peso ao nascer de 3.310 ± 478,6g. Destacam-se como principais resultados: Das 40 ações realizadas na maternidade e na Atenção Primária em Saúde, 20% foram classificadas em satisfatórias, 50% parcial e 30% insatisfatórias. A adequação de indicadores compostos da assistência esteve associada às mulheres submetidas ao parto vaginal, multípara, e às maternidades de risco habitual. Dentre essas ações, a prevalência da realização dos cinco testes foi de 36,6%, estando associada às mães residentes na capital do estado (RP=1,36; IC95%=1,18-1,56) e àquelas que receberam orientações antes da alta (RP=1,30; IC95%=1,08-1,67). A oferta de complemento ao leite materno aconteceu para 51,3% dos recém-nascidos, sendo 57,6% na primeira hora de vida e 92% com fórmula artificial, estando associado a idade materna ≤ 20 anos (RP=0,64; IC95%=0,47-0,86), primiparidade (RP=1,37; IC95%=1,11-1,60) e cesárea (RP=1,2; IC95%=1,00-1,45). O desmame precoce ocorreu em 8,4% dos recém-nascidos na primeira semana e em 16,2% ao final dos 28 dias, estando associado à ausência de apoio paterno (RR:4,98; IC:2,54-9,79) e ao uso de chupeta (RR= 3,2, IC:1,63-6,32) aos sete dias, e somente ao uso de chupeta (RR=2,48, IC:1,53-4,02) aos 28 dias. A pandemia do novo coronavírus ainda é uma questão controversa que, dadas as incertezas, pode comprometer a interação equipe/família/mãe/recém-nascido, e o aleitamento materno nas primeiras horas de vida. Os resultados apontam fragilidades e a necessidade de reestruturação da assistência e readequação de boas práticas que favoreçam o cuidado integral e longitudinal ao neonato.