Dinâmica econômica e precariedadedo trabalho: os trabalhadores do Baixo-Açu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Silva, Sabrina Ângela França
Orientador(a): Silva, Aldenôr Gomes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49804
Resumo: Este trabalho tem por objetivo estudar a existência de trabalho precário agrícola numa área dinâmica com elevado nível tecnológico. A hipótese central é que a busca por produzir produtos de qualidade com a máxima rentabilidade, tem levado as empresas agrícolas na área estudada a se utilizarem da imposição de condições de trabalho que lhes sejam mais lucrativas, uma vez que estas têm disponível uma mão-obra extremamente vulnerável socialmente que por sua vez acaba por estimular o uso do trabalho precário. Os pressupostos do estudo são que a relação entre modernização/precarização existente na área do perímetro irrigado, como é o caso do Projeto Baixo-Açu, não pode ser explicada apenas por fatores macro-sociais, como a dinâmica interna das cadeias agroalimentares, mas também devem ser consideradas questões micro-sociais locais, uma vez que a reestruturação agroalimentar assume desenvolvimentos diversos e complexos em nível de escala e em diferentes territórios. Os conceitos de progresso técnico, assalariados rurais e de subordinação do trabalho ao capital utilizados neste trabalho, foram resgatados dos estudos da sociologia rural, enquanto os conceitos de mobilidade dos capitais, globalização e reestruturação produtiva originam-se dos estudos da sociologia da agricultura e dos alimentos, além destes, essa sociologia também foi fundamental para a construção do conceito de trabalho precário e flexibilização, juntamente com a sociologia do trabalho. A parte empírica constou de uma pesquisa em que foram aplicados questionários com 87 trabalhadores rurais do Projeto Baixo-Açu, no município de Alto do Rodrigues no estado do Rio Grande do Norte. Na área de estudo, também foram realizadas entrevistas com irrigantes, instituições locadas no perímetro e com os próprios trabalhadores da agricultura irrigada, bem como, com o sindicato local. Os resultados da pesquisa ratificaram a hipótese do trabalho de que o recurso ao trabalho precário no Projeto Baixo-Açu advém de uma estratégia que consiste em atingir produtos de qualidade com a mais alta rentabilidade, haja vista que a imposição de condições de trabalho precário é estimulada pela disponibilidade de uma mão-de-obra que se encontra em situação de extrema vulnerabilidade social.