Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Siqueira, Camila Alves dos Santos |
Orientador(a): |
Souza, Dyego Leandro Bezerra de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21521
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O melanoma maligno de pele é um dos principais tipos de câncer de pele, com baixa incidência, contudo, alta letalidade. OBJETIVO: Realizar projeções e analisar as tendências de mortalidade por melanoma, no período de 1998 a 2032, no Brasil e em suas regiões. METODOLOGIA: Estudo ecológico, com dados de mortalidade por melanoma maligno de pele, obtidos no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), e dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A análise dos óbitos compreendeu o período de 1998 a 2012. Para projeção dos dados, foi usado o software Nordpred, que consta no programa R, considerando-se o modelo idade-período-coorte. Foram calculadas se as modificações ocorridas com o tempo resultam de mudanças populacionais ou no risco de óbito pela doença. Como método de análise de tendências, utilizou-se a Regressão loglineal (Joinpoint regression), com taxas padronizadas pela população mundial, para estimar a porcentagem anual de mudança, com o intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: No período de 1998 a 2012, estima-se que houve 21.706 mortes por melanoma (12.436 homens e 9.270 mulheres), cujas projeções para períodos futuros revelou, entre 2013 e 2032, um aumento para 46.245 mortes (27.112 homens e 19.133 mulheres), com taxas padronizadas pela população mundial de 1,03 mortes/100.000 habitantes para homens e de 0,62 mortes/100.000 habitantes para mulheres no último período observado, ao passo que o último período projetado revelou taxas padronizadas de 0,92 mortes/100.000 habitantes para homens e de 0,51 mortes/100.000 habitantes para mulheres. A análise das tendências de mortalidade resultou, no Brasil, em redução para homens (APC = -0,4; IC95%= -0,6; -0,1; p<0,01) e mulheres (APC = -0,8; IC95%= -0,9; -0,7; p<0,01). A região Centro-oeste teve aumento para os dois sexos, em oposição ao Sudeste, com redução em ambos. O Norte apresentou estabilidade para homens e aumento para mulheres, enquanto o Sul teve redução em homens e estabilidade em mulheres; e, por fim, o Nordeste revelou um joinpoint para cada sexo. Nos homens, com o primeiro período de aumento e outro de estabilidade; e, nas mulheres, com estabilidade seguida de redução. DISCUSSÃO: A avaliação das tendências de mortalidade por melanoma permitiu identificar semelhanças e diferenças regionais quanto aos padrões encontrados. Em todas as regiões, houve maior quantitativo de morte em homens, fato justificado por comportamentos de maior exposição aos riscos, bem como ao diagnóstico mais tardio, o que eleva o risco de morte. A modificação no número de mortes ao longo do tempo no país decorreu, essencialmente, da mudança na estrutura e tamanho populacional, exceto em relação à região nordeste em homens e centro-oeste em homens e mulheres, cujo aumento está também relacionado ao aumento no risco de morrer por melanoma. Taxas mais altas de mortalidade foram registradas em locais nos quais há maior percentual de brancos, e naqueles em que há melhores indicadores sociodemográficos. O fato possivelmente está associado a melhor qualidade no registro das informações, bem como a melhores condições diagnósticas. Ressalta-se, também, a necessidade de uma atenção para os trabalhadores expostos ao risco de câncer de pele, o que reforça a necessidade de uma vigilância em saúde bem realizada e centrada na integralidade da atenção. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados revelaram a existência de regiões de maiores taxas de mortalidade, o que pode estar associado a determinantes individuais, tais como o fenótipo e o comportamento, bem como ao ambiente, no que tange à exposição aos fatores de risco. Os achados foram condizentes com a literatura, que evidenciou maiores taxas em locais de maior poder aquisitivo, neste caso, Sul e Sudeste, acompanhadas de tendências a redução ao longo do tempo. Ademais, a maior mortalidade em homens, merece atenção de políticas, visto que, normalmente o diagnóstico ocorre em fases mais avançadas da doença para este grupo de pessoas. Para tanto, são essenciais ações de promoção da saúde e atenção para criação de políticas preventivas no combate da doença, principalmente relacionadas à educação em saúde, voltada para a prevenção por meio da diminuição da exposição a fatores de risco, além de hábitos de vida saudáveis. |