Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Gabriel Barreto da Silveira |
Orientador(a): |
Arrais, Raimundo Pereira Alencar |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33343
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Resumo: |
Esta pesquisa analisa a produção intelectual de Manoel Dantas sobre a cidade de Natal no início do século XX. Essa produção consiste numa série de crônicas, intitulada Coisas da terra, em que o autor abordou alguns aspectos do cotidiano da cidade, e na conferência, Natal d’aqui a cincoenta annos, na qual imaginou algumas projeções para o futuro da capital do estado. Consideramos que, no conjunto desses escritos, Manoel Dantas fez emergir imagens da cidade de Natal em diferentes temporalidades, que eram tentativas de estimular as mudanças que eram vistas como necessárias por ele e pelo grupo dirigente ao qual ele se vinculava naquele momento, os Albuquerque Maranhão e o Partido Republicano, que exerciam o comando do estado. Esse grupo empreendeu ações tanto com o objetivo de realizar transformações materiais na cidade, quanto de construir representações sobre ela – sendo este último, um domínio no qual Dantas deu grande parte de sua contribuição. Constatamos que os escritos de Manoel Dantas evocavam uma concepção de progresso, ideia que esteve muito presente no pensamento ocidental ao longo do século XIX até o início do século XX. Observamos que, no Rio Grande do Norte, a exemplo de outros lugares do Brasil e do mundo ocidental, o progresso esteve ligado a práticas políticas e a ideias como liberdade. Manoel Dantas, inicialmente, associou o progresso à educação – uma ligação que os governadores também ecoaram em suas mensagens oficiais. Poucos anos depois, entretanto, percebemos que Dantas e seus correligionários mudaram o discurso e passaram a usar a ideia de progresso em referência às intervenções materiais na cidade de Natal executadas pelos governadores republicanos, difundindo a narrativa de que esses governos representavam uma nova era na história da cidade, em contraposição ao período monárquico, que aparecia nos discursos como sendo caracterizado pelo abandono da cidade capital. As crônicas tinham um caráter pedagógico e buscavam diagnosticar problemas que Dantas observava na cidade e instruir os leitores na adoção de novos hábitos compatíveis com uma cidade moderna. A conferência serve como exemplo de um pensamento utópico, uma vez que criava a imagem de uma Natal perfeita no futuro, que teria resolvido todos os problemas da cidade do presente, mas que estava condicionada à continuidade do projeto político dos republicanos. |