Os labirintos discursivos da modernidade nos cronotopos ficcionais de Jorge Luís Borges

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rocha, Ramon Diego Câmara
Orientador(a): Silva, Regina Simon da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/52420
Resumo: Não dá para falar sobre Jorge Luis Borges sem mencionar três palavras: tempo, espelhos e labirintos, isso porque o escritor não só trabalha esses elementos em suas obras, por meio de uma forma fantástica, como incorpora as discussões que esses elementos trazem para leitura de sua época, a partir de um jogo com o espaço-tempo no cerne de seus contos. Nessa articulação entre forma, material e conteúdo trazido do contexto histórico no qual se insere, a expansão do real duplica as referências geográficas e expande-as, em busca de uma compreensão de seu próprio tempo. O objetivo geral desta tese é, portanto, investigar os labirintos discursivos da modernidade nos cronotopos ficcionais das narrativas borgeanas, para compreender como esses procedimentos e intercâmbios, entre o real e o ficcional, são realizados e, de como estes se articulam, por vezes, com os discursos sobre o processo de representação dos sujeitos argentinos em meio à modernização na América Latina. Para isso, toma-se como metodologia as discussões trazidas por Mikhail Bakhtin acerca dos estudos sobre estética e literatura, com foco nos textos “O problema do conteúdo, do material e da forma”, em seu livro Questões de literatura e de estética (2014) e, nas suas reflexões sobre espaço-tempo na obra literária As formas do tempo e do cronotopo (2018). Nesse caminho de investigação, que alia visão estética e histórica da produção, dialogou-se com as discussões sobre o contexto do séc. XX, na América Latina, a partir de Octavio Paz (2014), Erik Hobsbawn (2018) e Marshall Berman (2007), além dos debates sobre as formas fantásticas a partir de Tzvetan Todorov (1981), Roger Caillois (1966) e Ana Luiza Silva Camarani (2014), e do arcabouço teórico sobre a obra borgeana, através de Daniel Balderston (1993), María Barrenechea (1984), Emir Rodriguez Monegal (1980), Júlio Pimentel Pinto (1998) e Beatriz Sarlo (2003). O intuito, ao trazer tal bibliografia, foi de compreender a composição dos cronotopos ficcionais a partir de três contos basilares para a composição do livro Ficciones (1944), sendo eles: “Tlön, Uqbar, Orbius tertius”, “Pierre Menard, autor del Quijote” e “Funes, el memorioso”. Concluindo, desse modo, que os processos de refração de determinados discursos, na criação dos cronotopos ficcionais borgeanos, trazem reflexões sobre a memória cultural argentina e sobre a ambivalência discursiva presente nos sujeitos da/na modernidade.