Quando a noite vem: a cegueira em Glauco Mattoso e Jorge Luis Borges

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Martins, Baruc Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27559
Resumo: Qual o papel da cegueira na trajetória de escritores que antes enxergavam? Esta tese se propõe a investigar como a cegueira aparece como um elemento integrante das obras de Glauco Mattoso e de Jorge Luis Borges, tanto em sua fase vidente quanto em sua fase cega. Desse modo, pretende-se aproximar esses dois autores a partir do confronto de suas obras entre uma fase visual e uma fase cega, com o intuito de pensar como uma série de mudanças se processam em diferentes níveis – temático e expressivo – e comparecem ao longo de suas trajetórias literárias. Com isso, argumento que, com a cegueira, ocorre uma diferença de aspecto e natureza na mobilização da memória, na estrutura da experiência e na própria relação que esses autores estabelecem com a literatura – seja em relação ao autor, seja em relação ao leitor, seja à obra e à tradição literária em si. Nesse sentido, na primeira parte desta tese, investigo as relações entre cegueira e memória, cartografando os modos de aparecimento da memória, ao mesmo tempo, como um tema e como um problema expressivo que se apresenta na imanência do texto literário e da vida do autor. Na segunda parte, investigo as relações entre cegueira e experiência, cartografando o problema físico da cegueira, que é apresentado também como um problema literário – sugiro, nesse ponto, uma interpretação sobre o papel da cegueira na composição artística por meio dos sentidos de si (Daniel Stern). Na terceira parte, analiso as relações entre cegueira e literatura. Argumento nessa parte sobre a cegueira como um potencial literário que se apresenta como produtor de diferença. Consequentemente, cartografo dois movimentos: um movimento centrífugo, operado por Glauco Mattoso, que utiliza a linguagem para sair da linguagem, atingindo o seu Fora; e um movimento centrípeto, operado por Jorge Luis Borges, que vai mais fundo na linguagem para também atingir o seu Fora.