Funções executivas e perfil comportamental e socioemocional de crianças e adolescentes sobreviventes de tumores de fossa posterior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ferreira, Daniele Caroline Leôncio
Orientador(a): Pires, Izabel Augusta Hazin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45950
Resumo: A despeito do elevado número de casos de câncer infanto-juvenil, especialmente nos últimos 30 anos, o aprimoramento e eficácia das estratégias terapêuticas têm repercutido em melhoria no prognóstico e no aumento significativo dos índices de sobrevida dessa população. Porém, no caso dos tumores de fossa posterior, é evidente a expressão de sequelas cognitivas, comportamentais e socioemocionais que impactam o desempenho acadêmico e a qualidade de vida dessas crianças. Assim, o objetivo geral deste estudo é investigar as funções executivas e o perfil comportamental e socioemocional de crianças e adolescentes sobreviventes de tumores de fossa posterior. A pesquisa contempla dois estudos relativamente independentes: (1) Investigação da memória de trabalho de crianças e adolescentes sobreviventes de tumores de fossa posterior; e (2) Inibição, comportamento e habilidades socioemocionais de pacientes pediátricos sobreviventes de tumores de fossa posterior. 24 sujeitos sobreviventes de tumores de fossa posterior com idades entre seis e 16 anos compuseram o grupo clínico no estudo 1. No estudo dois, 18 crianças e adolescentes sobreviventes de tumores de fossa posterior com idades entre seis e 16 anos constituíram o grupo clínico e 18 sujeitos saudáveis compuseram o grupo controle, pareados 1:1 em função do sexo, idade, tipo de escola e nível socioeconômico. Os participantes foram submetidos ao protocolo de avaliação neuropsicológica, com resultados analisados por ferramentas estatísticas descritivas e inferenciais e análise clínico-qualitativa. No estudo 1, crianças e adolescentes tratados com quimioterapia e radioterapia apresentaram prejuízos mais severos. Adicionalmente, os dados mostraram que crianças cujo o diagnóstico e tratamento de tumores de fossa posterior ocorreram antes dos 5 anos de idade, revelaram prejuizos mais acentuados na esfera verbal da memória de trabalho. No estudo 2, os resultados indicaram que sobreviventes pediátricos de tumores de fossa posterior apresentam alterações no componente inibitório, nas habilidades sociais, além da presença de problemas de comportamento. Prejuízos mais acentuados foram verificados no grupo submetido à neurocirurgia acrescida de terapia adjuvante, quando comparados ao grupo controle. Crianças e adolescentes submetidos ao tratamento radioterápico evidenciaram maior incidência de retraimento social/depressão, problemas com o contato social e fragilidade atencional. Espera-se oferecer melhor compreensão da natureza e extensão do impacto do diagnóstico e tratamento dos tumores de fossa posterior sobre o desenvolvimento cognitivo, comportamental e socioemocional dos participantes, que possam servir a profissionais de saúde, educação e familiares que os assistem. Portanto, pretende-se fornecer dados que subsidiem a proposição de tratamentos eficazes e menos danosos ao Sistema Nervoso Central e o desenvolvimento de programas de intervenção que minimizem os seus impactos adversos, garantindo a essas crianças a expressão plena de seu potencial de desenvolvimento.