Quando desistir não é uma opção: socialização e estratégias de permanência de estudantes populares da UFRN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Edilene Dayse Araújo da
Orientador(a): Ferreira, Adir Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24731
Resumo: Os lugares nas universidades paulatinamente estão sendo ocupados por mais estudantes das camadas populares, um fato recente nas instituições de ensino superior do Brasil. Estudos sobre o acesso aos diplomas universitários, especialmente na perspectiva da sociologia da educação, apontam que é crucial compreender não apenas o ingresso e a permanência desses discentes oriundos de grupos sociais desfavorecidos, como também conhecer a realidade de suas vivências acadêmicas. Assim, esse estudo tem como principal objetivo compreender a condição de permanência do estudante de origem popular na Universidade a partir do seu processo de socialização. A UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi o lócus da pesquisa, com a participação dos graduandos populares de cursos das áreas de Humanas (Ciências Sociais e Direito), Biomédica (Ciências Biológicas e Odontologia) e Tecnológica (Matemática e Engenharia Civil). Na primeira etapa da investigação, incluindo uma abordagem etnográfica com registros descritivos do campo das observações, aplicou-se um questionário em turmas a partir do terceiro período (semestre) do curso. No segundo momento, realizou-se entrevistas semiestruturadas com seis representantes, um estudante de cada graduação delimitada. A partir da fala dos sujeitos, definiram-se quatro categorias analíticas: a) Trajetórias formativas: escolares e familiares; b) Caminhos acadêmicos: tensionados e factíveis; c) Socialização universitária: formal e cordial; e, d) Prospectiva profissional: continuada e (des)continuada. Da análise dessas categorias resultou uma interpretação dos significados sociológicos e educacionais atribuídos pelos estudantes, a despeito das suas próprias condições econômicas desfavoráveis e de suas famílias, ponto crucial nesse estudo. Porém, considerando-se as várias dificuldades para a permanência, independentemente da origem social, todos os estudantes têm que (re)inventar-se para se manterem em seus cursos. Nesse cenário de barreiras econômicas e obstáculos educacionais, os laços de amizade, parcerias em grupos, sociabilidade nas praças, bares, cantinas e a ajuda dos pares, são vistos como sendo essenciais para a sobrevivência estudantil, fenômeno que devido a essas relações sociais e afetivas denominou-se de socialização acadêmica cordial.