Quando a opção é continuar: estratégias de socialização e permanência de estudantes populares na Pós-Graduação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Urbano, Edilene Dayse Araújo da Silva
Orientador(a): Ferreira, Adir Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44653
Resumo: O objetivo principal da pesquisa, na perspectiva da sociologia da educação e do ensino superior, com aportes epistemológicos inspirados da etnografia, da fenomenologia e da etnometodologia, é compreender a experiência dos estudantes de origem popular nos programas de pós-graduação stricto sensu. Entre as possibilidades limitadas, as tensões sociais, políticas e culturais, a continuação da trajetória na academia torna-se a escolha de alguns graduados de classes populares. Como estratégias para a aquisição de novos marcadores de afiliação e capitais simbólicos destaca-se o processo de socialização, sobretudo nas relações com os colegas e orientadores. O lócus de pesquisa foi a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com dois programas representantes de cada uma das três grandes áreas: humanas, tecnologias e biomédicas. Paralelamente às descrições etnográficas, foram aplicados 133 questionários e realizadas 12 entrevistas semiestruturadas com estudantes de origem popular. Com os aportes teóricos do tipo ideal e da noção de artesão intelectual, em articulação com a metodologia da entrevista compreensiva, desenvolvemos seis perfis de pós-graduandos populares: amparados, vulneráveis, orgulhosos, retraídos, cultos e incipientes. Além disso, também foram criadas seis categorias analíticas, a saber: trajetórias familiares, percursos no ensino básico, vivências na graduação, processo de socialização na pós-graduação, percepções de não-filiação no campo acadêmico-científico e definições de si. Na montagem das conclusões, infere-se que o paradigma dominante do Homo Academicus perpetua a existência de um rigor institucional que busca ignorar a presença dos sentimentos, singularidades e emoções dos agentes científicosacadêmicos, atores acadêmicos oriundos de todas as classes sociais. Como um contraponto, indica-se a defesa do que denominamos de Homo Academicus Sensibilis. Como um aspecto propositivo, apresenta-se a criação de coletivos de reflexão das experiências acadêmicas, com o objetivo de difundir as partilhas dos desafios e angústias dos mestrandos e doutorandos.