Desenvolvimento de equipamento de avaliação de parâmetros articulares em indivíduos com insuficiência venosa crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Volpe, Esther Fernandes Tinôco
Orientador(a): Fregonezi, Guilherme Augusto de Freitas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27584
Resumo: Introdução: A avaliação do movimento humano constitui um importante parâmetro para tomada de decisão terapêutica e referência de evolução após programas de reabilitação. Muitos equipamentos vêm sendo desenvolvidos, mas poucos deles apresentam precisão de medidas satisfatórias associadas a facilidade de transporte, manuseio e monitoramento remoto. Diversas doenças crônicas se caracterizam pelo comprometimento do movimento articular. Dentre elas, a insuficiência venosa crônica (IVC) apresenta mudanças fisiopatológicas nos músculos dos membros inferiores, com ênfase nos músculos do tríceps sural e consequente diminuição no movimento da articulação talo crural. O desenvolvimento de instrumentos de avaliação do movimento humano e programas de exercícios voltados para sua recuperação podem auxiliar os profissionais de saúde e beneficiar os pacientes com insuficiência venosa crônica na diminuição das queixas funcionais e melhora na qualidade de vida. Objetivos: 1) Desenvolver e realizar pedido de patente de um dispositivo para mensuração digital, equipamento terapêutico e monitoramento remoto de parâmetros articulares da articulação talocrural e 2) Identificar e comparar as diferenças funcionais entre as classificações inicias da IVC CEAP 2 e CEAP 3 e comparar a amplitude articular de movimento (AAM) em repouso, a atividade mioelétrica e o comportamento hemodinâmico durante os testes de esforço físico de acordo com a classificação; 3) Avaliar os efeitos de um programa de exercícios supervisionados de fortalecimento dos músculos tríceps sural no desempenho físico, AAM e atividade mioelétrica dos músculos dos membros inferiores, hemodinâmica cardiovascular e qualidade de vida relacionada à saúde em indivíduos com IVC. Metodologia: O estudo foi composto por três tipos de modalidades de pesquisa integradas: 1) Desenvolvimento tecnológico e depósito de patente de um dispositivo para avaliação de parâmetros articulares; 2) Estudo observacional de caráter transversal 3) ensaio clínico aleatório controlado com avaliador cegado. Resultados: 1) criação de um dispositivo de avaliação do movimento humano aplicada à área da saúde, denominado: “Dispositivo Medidor Digital, Equipamento Terapêutico e Monitoramento Remoto de Parâmetros Articulares” com depósito da patente no INPI (BR 10 2018 016524 0); 2) Elaboração de um protocolo de exercícios de fortalecimento dos músculos do tríceps sural, direcionado à indivíduos com IVC; 3) Estudo transversal que apontou uma diferença significativa entre os grupos CEAP 2 e 3. Onde os pacientes com CEAP 3 apresentaram maior IMC (p < 0,0001) e menor AAM de flexão plantar direita e esquerda (p = 0,01 e p = 0,009 respectivamente). A análise de variância apontou uma interferência na intensidade da doença em relação a atividade mioelétrica durante o teste da ponta do pé nos quatro grupos musculares avaliados: tibial anterior direito e esquerdo (p = 0,01 e 0,0007) e gastrocnêmio medial direito e esquerdo (0,007 e 0,03). Adicionalmente, houve uma correlação entre o desempenho do teste da ponta do pé e a AAM de flexão plantar direita e esquerda (r= 0,56; p< 0,0001 e r= 0,38; p= 0,02), o IMC (r = - 0,49; p = 0,002), a atividade mioelétrica dos músculos gastrocnêmio medial direito nos momentos 25%(r = -0,42; p = 0,01), 50% (r = -0,39; p = 0,02), 75% (r= -0,41; p = 0,01) e 100% (r= -0,42; p= 0,01) e gastrocnêmio medial esquerdo nos momentos 50% (r = -0,37; p= 0,02), 75% (r= -0,52; p=0,001) e 100% (r= - 0,46; p= 0,006). 3) Ensaio clínico randomizado. Os pacientes do GI apresentaram melhora no desempenho funcional (p< 0,0001) assim como os do GC (p=0,02). Houve uma diminuição da atividade mioelétrica no músculo gastrocnêmio durante a realização do teste da ponta do pé (p = 0,01) nos momentos 25% e 50% nos pacientes do GI, bem como, diminuição da dispneia após realização do teste da ponta do pé (p= 0,04). A qualidade de vida foi impactada positivamente nos domínios: V3 (p =0,01), V5 (p =0,03), V7 (p =0,04) e V8 (p =0,04) nos pacientes do GI. Conclusão: O presente estudo proporcionou a criação de um protótipo, portátil e preciso, para avaliação angular, treinamento terapêutico e monitoramento remoto a ser utilizado em pacientes com IVC. Os resultados do estudo transversal apontaram importantes diferenças antropométricas e clínicas no desempenho de testes de exercícios em pacientes com IVC mesmo em fases iniciais da doença e o ensaio clínico aleatório demonstrou uma melhora no desempenho físico, atividade mioelétrica dos membros inferiores e qualidade de vida, nos indivíduos tratados.