Funcionalidade em uma coorte de idosos institucionalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Roig, Javier Jerez
Orientador(a): Lima, Kenio Costa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21961
Resumo: O presente trabalho teve como objetivos principais: verificar a prevalência de incapacidade funcional (IF) para as atividades básicas da vida diária (ABVD) e os fatores associados (Estudo 1), assim como verificar a incidência de declínio funcional e os fatores prognósticos de declínio funcional (Estudo 2) em idosos institucionalizados. A amostra do trabalho foi formada por indivíduos de 60 anos ou mais pertencentes a 10 instituições de longa permanência para idosos (ILPI) da cidade do Natal/RN, sendo excluídos os hospitalizados ou em processo de cuidados paliativos. O Estudo 1 é de tipo transversal (Outubro e Dezembro de 2013) e foi avaliada a IF mediante a escala de Katz e caracterizada quando houve limitação em uma ou mais ABVD (alimentação, controle de esfíncteres, transferências posturais, higiene pessoal, capacidade para se vestir e tomar banho). Como variáveis independentes foram consideradas as sociodemográficas, as relacionadas à instituição e às condições de saúde. Usaram-se o teste qui-quadrado, teste de Fisher ou teste qui-quadrado de tendência linear para a análise bivariada, assim como a regressão logística para a multivariada. A amostra foi de 321 idosos e a prevalência de IF de 72,9% (IC 95%: 67,8-77,5%). A tarefa mais afetada foi o ‘banho’, seguido por ‘vestir-se’ e ‘ir ao banheiro’. O modelo final constatou associação com a instituição de tipo privado (RP=1,33, p<0,001), idade igual ou superior a 83 anos (RP=1,26, p=0,003), ser institucionalizado por não ter cuidador (RP=1,17, p=0,033) e osteoporose (OR=1,23, p=0,045), ajustado por sexo. O Estudo 2 é longitudinal de 24 meses de acompanhamento com intervalos de follow-up de 6 meses (5 ondas). Além dos critérios aplicados no Estudo 1, foram excluídos aqueles que apresentavam IF para todas as ABVD (banho, higiene pessoal, vestir-se, ir ao banheiro, caminhar, transferências posturais e comer) no início do estudo. Foi considerada a presença de declínio funcional quando houve redução na pontuação total das ABVD, as quais foram avaliadas mediante uma escala tipo Likert de 5 pontos. Foram analisadas todas as variáveis independentes do Estudo 1, mais o estado de mobilidade, cognitivo (teste de Pfeiffer), hábitos tóxicos e atividade física, além de variáveis dependentes do tempo. Para a análise estatística, foi utilizado o método atuarial, o teste log-rank, a análise univariada de Cox e a regressão de Cox. A coorte esteve composta por 280 idosos: 140, 50,0% (IC 95%: 44,2-55,8%), sofreram declínio funcional, 94, 33,6% (IC 95%: 28,3-39,3%) mantiveram a capacidade funcional, e 40, 14,3% (IC 95%: 10,7-18,9%), apresentaram melhora funcional em uma ou mais avaliações. A probabilidade acumulada de manutenção funcional foi de 44,0% (IC 95%: 37,7-50,2%) aos 24 meses. A capacidade de se alimentar foi a que apresentou maior declínio durante o período (-0,54 pontos), seguido por deambulação (-0,43), vestir-se (-0,35), transferências posturais (-0,31), banho (-0,29), higiene pessoal (-0,24) e ir ao banheiro (-0,22). O modelo multivariado mostrou que os fatores predictores de declínio funcional foram a incapacidade cognitiva grave (HR=1,98; p=0,003), declínio da continência (HR=1,70; p=0,013) e incidência de hospitalizações (HR=1,65; p=0,023).