A vivência do teletrabalho para teletrabalhadores de uma instituição pública do RN

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pinheiro, Rafaele de Araújo
Orientador(a): Lima, Fellipe Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/58191
Resumo: O teletrabalho é uma modalidade de trabalho à distância, mediada pelo uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), que têm ganhado espaço no contexto de trabalho brasileiro e no mundo. As medidas de isolamento social necessárias para contenção da pandemia do novo coronavírus impulsionaram ainda mais a adesão à modalidade, que vêm em expansão desde a década de 90. Embora avanços tenham sido realizados na direção da identificação de vantagens e desvantagens da modalidade, ainda restam muitas questões que ajudem a compreender a materialidade da modalidade e suas repercussões subjetivas nos teletrabalhadores, sobretudo, ao pensar o teletrabalho como fenômeno que emerge e se expande no neoliberalismo. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é o de analisar como os discursos e práticas de construção de um sujeito neoliberal são refratados na vivência de teletrabalhadores. Para isso, adotamos como perspectiva de pesquisa a Psicologia Histórico-Cultural, buscando compreender na vivência singular dos participantes, a dialética de constituição do fenômeno do teletrabalho nas condições particulares e universais em que se inserem. Como percurso metodológico, realizamos um estudo em dois setores de uma instituição pública do judiciário, com a realização de entrevistas semiestruturadas e em profundidade com 14 servidores públicos. A análise das entrevistas seguiu a metodologia dos núcleos de coalisões dramáticas, desenvolvida neste estudo, permitindo explorar os diferentes sentidos, dramas e contradições associados à vivência do teletrabalho. Os resultados apontam para diferentes soluções para os dramas vivenciados entre 1) ser produtivo e usufruir da flexibilidade do teletrabalho; 2) ser teletrabalhador e desempenhar papeis familiares e 3) trabalhar de formar isolada ou socializar com os colegas. As conclusões permitem afirmar o teletrabalho uma atividade contraditória, que embora suscite aprovação em função da sua flexibilidade, exige adaptações importantes dos trabalhadores para sua manutenção. A racionalidade neoliberal encontra adesão especialmente nos discursos que destacam a produtividade, o automonitoramento e a vigilância sobre si mesmo. Um ponto de resistência à essa racionalidade consiste na família como dimensão de referenciamento identitário.