As formas de tratamento de segunda pessoa do singular em cartas do seridó potiguar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sousa, Gisonaldo Arcanjo de
Orientador(a): Tavares, Maria Alice
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28463
Resumo: Com base na sociolinguística variacionista, liderada por Labov (2008 [1972], 1994, 2003), entre outros, tenho por objetivo analisar a variação entre os pronomes pessoais de segunda pessoa do singular TU, VOCÊ e A SENHORA na função de sujeito em cartas pessoais produzidas na década de 1940 por quatro indivíduos naturais da região do Seridó, no Rio Grande do Norte. Levo em conta dois fatores sociais, o sexo e a idade dos missivistas, e dois fatores discursivopragmáticos, a relação social e o assunto. Fundamentando a análise de todos esses fatores, está a proposta de Brown e Gilman (1960) de que a escolha de formas de tratamento é condicionada por relações de poder e de solidariedade entre os interlocutores. Entre os principais resultados, aponto que a distribuição dos pronomes quanto ao sexo e à idade não trouxe indícios claros de mudança na direção do aumento de uso de VOCÊ, a forma mais recente. Houve uso exclusivo de A SENHORA na relação assimétrica ascendente de filho-mãe e uso variável de TU e VOCÊ nas outras relações sociais. Na relação assimétrica descendente mãe-filho, VOCÊ foi bem mais frequente, e, na relação simétrica namorada-namorado, TU foi bem mais frequente. Houve maior equilíbrio na distribuição dos dados na relação simétrica amigo-amigo, com predomínio de VOCÊ. Finalmente, quanto ao assunto, TU foi mais frequente em tópicos de natureza íntima. Os resultados permitiram enquadrar o quadro de distribuição dos pronomes na primeira das três etapas do desenvolvimento histórico do VOCÊ propostas por Lopes et al. (2018), caracterizada por maior frequência de TU, especialmente em relações íntimas.