Correlação entre a resposta imunológica e as manifestações clínicas na Leishmaniose Visceral Canina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Albuquerque, Talyta Delfino Rolim de
Orientador(a): Guedes, Paulo Marcos da Matta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19725
Resumo: Cães são os reservatórios primários dos parasitos do gênero Leishmania. A resposta imune induzida pela infecção por Leishmania infantum nestes animais não está completamente elucidada, e poucos estudos tem investigado a correlação entre a expressão de citocinas e quimiocinas e as manifestações clínicas dos animais portadores de leishmaniose visceral canina (LVC). O objetivo deste estudo foi correlacionar os achados clínico em cães naturalmente infectados por L. infantum (das áreas rurais do município de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil) com os níveis de expressão de citocinas (IFN-γ, TNF-α, IL-10 e IL-17), iNOS, quimiocinas (CCL1, CCL2, CCL3, CCL4 , CCL5, CCL17, CCL20, CCL24, CCL26, CXCL9, CXCL10), receptores de quimiocinas (CXCR3, CCR3, CCR4, CCR5, CCR6, CCR8), e parasitismo no fígado e no baço. Inicialmente, foi realizado levantamento soroepidemiológico de cães de 12 assentamentos rurais de Mossoró-RN, totalizando 398 cães examinados. A positividade dos cães para o parasito foi determinada pela reatividade em dois testes sorológicos (RIFI e ELISA). Todas as localidades rurais apresentaram cães positivos para L. infantum, com positividade variando entre 6,6% a 49% dos animais examinados por localidade, e um total de 27% de cães de todas as localidades. Posteriormente, vinte e um cães foram clinicamente avaliados e classificados como assintomáticos (n = 11) ou sintomáticos (n = 10). A infecção foi confirmada pela realização de imprint no baço, e observação de formas amastigotas. Esplenomegalia, perda de peso e onicogrifose foram os sinais clínicos mais frequentes. No fígado, os níveis de expressão de RNAm de citocinas (IFN-γ, TNF-α, IL-10 e IL-17), iNOS e quimiocinas (CCL1, CCL17, CCL26, CCR3, CCR4, CCR5, CCR6, e CCR8) foram mais baixos nos animais sintomáticos do que nos animais assintomáticos. Em comparação com os animais não infectados, cães sintomáticos obtiveram níveis mais baixos de expressão de quase todas as moléculas analisadas. Além disso, foi observada alta carga parasitária e baixa inflamação hepática em animais sintomáticos, quando comparado aos assintomáticos. Conclui-se que a diminuição da expressão de citocinas, quimiocinas e receptores de quimiocinas resultaria na migração e ativação deficiente de leucócitos, dificultando o controle do parasitismo e conduzindo ao desenvolvimento da doença.