As manifestações de solidão no romance sabatiano O túnel

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nascimento, Tatyanny Souza do
Orientador(a): Araújo, Rosanne Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27225
Resumo: Este trabalho tem como cerne a crítica da obra O Túnel (1948) do argentino Ernesto Sábato, objetivando a análise da manifestação obsessiva do narrador-personagem, o pintor Juan Pablo Castel, que confessa, antes de iniciar seu relato, o crime que cometera: um assassinato antecedido de progressivas demonstrações neuróticas à mulher pela qual rapidamente se apaixonara: Maria Iribarne. A observação nesta densa obra escrita em primeira pessoa, busca ressaltar a reflexão da existência humana proposta pelo autor, bem como a relação metafórica do título do romance e suas íntimas implicações, a começar pelas relações inconscientes do protagonista. A poética melancólica de Sábato se situa na busca por compreender a complexidade humana, apresentada ao leitor através do fluxo de consciência. O túnel representa, em suma, a crise espiritual, moral, ética e existencial do homem. A obra retrata as faces mais obsessivas da paixão, e esta pesquisa analisa as tensões de agressividade demonstradas através de uma desmedida ansiedade de Castel por ultrapassar a solidão, fazendoo confiar a outrem sua cura e transcendência. A quebra de expectativas e sua frustração são relatadas como um pungente desespero. O exacerbado sentimento do personagem precedeu a lucidez, e havendo perdido as rédeas do controle da situação, admitiu impulsos negativos, sublimando tensões com atitudes impensadas, bem como, demonstrando falta de controle e disfunções emocional e social, desordem provocada pela ameaça da perda de seu objeto ideal. O romance, em forma de relato do personagem, suscita uma segunda busca pela cura, por fim, através da fala, como uma atitude contra depressora e catártica. O enredo tem uma forte ligação com o existencialismo, bem como, com a psicanálise, no que concerne às demonstrações de inquietação sobre o tempo, a erotização da linguagem, a representação da fuga da realidade, as fragmentações, os sentimentos nostálgicos e o estudo do inconsciente. Ao considerar as características da obra literária, o imaginário social, o contexto histórico e a representação das relações da pós-modernidade - em sua brevidade e fugacidade, a dissertação tem como arcabouço teórico Freud (2011), Kristeva (1989), Kehl (1987), Villari (2002), Kierkegaard (2010), Jaspers (1968).