Potencial da espécie vegetal Jatropha molissima (Pohl) Baill. contra os efeitos tóxicos da serpente Bothrops jararaca e do escorpião Tityus serrulatus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Gomes, Jacyra Antunes dos Santos
Orientador(a): Pedrosa, Matheus de Freitas Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27948
Resumo: Os acidentes causados por animais peçonhentos são um grave problema de saúde pública. No Brasil, a maior parte desses acidentes são associados as serpentes do gênero Bothrops e os escorpião do gênero Tityus. Atualmente, a principal forma de tratamento disponível é a soroterapia antiveneno, que apresenta algumas limitações, como ineficiência quanto aos efeitos locais, riscos de reações imunológicas, custo elevado e difícil acesso em algumas regiões. Nesse sentido, a busca por novas alternativas complementares para o tratamento envolvendo animais peçonhentos se faz relevante. Jatropha mollissima (Pohl) Baill., (Euphorbiaceae), popularmente conhecida no Brasil como “pinhão-bravo” apresenta amplo uso popular na medicina tradicional como antiofídica, antiinflamatória, antimicrobiana, cicatrizante e antitérmica. Dada a relevância dos efeitos sistêmicos no envenenamento por B. jararaca e T. serrulatus o objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia inibitória do extrato aquoso das folhas de J. mollissima frente às toxicidades sistêmicas produzidas por essas peçonhas. Foi avaliado in vivo o efeito do extrato de J. mollissima sobre alterações hematológicas, hemostáticas, bioquímica e estresse oxidativo em reposta a peçonha de B. jararaca; e o edema pulmonar, alterações bioquímicas e estresse oxidativo produzidos pela peçonha do T. serrulatus. O extrato reduziu significativo efeito da peçonha sobre o fibrinogênio, plaquetas e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA), indicando ação do extrato sobre os efeitos hemostáticos da peçonha de B. jararaca. O extrato também inibiu os efeitos da peçonha de B. jararaca sobre a série leucocitária sanguínea, o que indica uma ação anti-inflamatória. O extrato também foi capaz de reduzir significativamente a toxicidade renal, hepática, muscular e pancreática da peçonha de B. jararaca ao reverter os efeitos sobre os níveis séricos de ureia, ácido úrico, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), lactato desidrogenase (LDH) e amilase. O extrato inibiu o estresse oxidativo hepático e renal da peçonha de B. jararaca, indicando uma possível ação antioxidante. Além disso, o edema pulmonar induzido pela peçonha de T. serrulatus foi inibido significativamente pelo extrato. A atividade da enzima mieloperoxidase e a expressão das citocinas IL-6 e IL-1β foram reduzidas na presença do extrato, indicando uma ação anti-inflamatória. Houve a redução dos níveis séricos de LDH, creatina quinase (CK), Ureia, creatinina, AST e amilase induzidas pela peçonha de T. serrulatus com o extrato, sugerindo uma inibição de dano hepático, renal e pancreático. O extrato inibiu o estresse oxidativo hepático e renal da peçonha de T. serrulatus, indicando uma possível ação antioxidante. In vitro, J. mollissima foi capaz de inibir a hemólise e a citotoxicidade frente às células MDCK, o que indica uma provável ausência de toxicidade e por fim, apresentou uma significativa atividade antioxidante em diferentes modelos realizados. Dessa forma, conclui-se que o extrato de J. mollissima possui compostos capazes de inibir alterações sistêmicas induzidas por B. jararaca e T. serrulatus o que indica a potencialidade dessa espécie vegetal como fonte de moléculas bioativas contra peçonhas botrópicas e escorpiônica.