Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Albaniza Alves dos |
Orientador(a): |
Rangel, Edna Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26071
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Resumo: |
Esta pesquisa ocupa-se da investigação das redes intertextuais entre as obras Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, publicada em 1956, e Cartilha do Silêncio, de Francisco José Costa Dantas, de 1997. Buscamos o fazer da escritura através de suas semelhanças e diferenças, no que tange às categorias analíticas da rememoração associada à figuração da tradição literária constituída, da alegoria da circularidade e do erótico, como elementos de composição dos romances. A partir da noção de intertextualidade (CARVALHAL, 2003) e dialogismo (BAKHTIN, 1997), fundamentos da literatura comparada, compreendemos que a menção de um escritor a outro sugere, nesse contexto, tanto a continuidade da tradição quanto a sua problematização ou reinvenção, o que, segundo Antonio Candido (2000), ajuda a constituir o “sistema literário” brasileiro. Nessa direção, a obra de Francisco Dantas integra esse sistema, dando continuidade à tradição literária regionalista, e, em particular, à ficção de Rosa, nos quadros da literatura brasileira contemporânea. Para a discussão acerca da memória, adotamos os estudos de Ecléa Bosi (1994), Le Goff (1996) e Paul Ricouer (2007). Nas reflexões sobre o movimento circular das obras, elegemos a sistematização teórica de Walter Benjamin (1984) e Kothe (1986), no que se refere à noção de alegoria. Sob essa perspectiva, foi possível perceber que a memória faz a (re)construção da narrativa do Sertão e da Cartilha como expressão da fragmentação, instigando o movimento descontínuo. As obras investigadas se inscrevem sob o princípio da não imobilidade, da alegoria da circularidade em torno do que vivem suas personagens, de uma memória que escapa ao encadeamento lógico da matéria recordada, porque feita de “retalhos” e esquecimento, de desejos sentidos e silenciados, de um tempo conjugado a outros tempos, do ir adiante e do recuo imediato. Para a discussão do erótico, o pensamento de Georges Bataille (2004) e o de Octavio Paz (1994) nos serviram de aporte teórico. A partir deles procuramos analisar as vontades intensas e não permissivas, face às “imposições sobre as quais repousa o mundo da razão” (BATAILLE, 2004). Em suas singularidades, Rosa e Dantas trazem à expressão de seus romances o signo das contradições da existência, entre a aparência e o que se oculta nela, entre a vontade e os interditos. |