Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Kleinubing, Natalie Rauber |
Orientador(a): |
Silva, Wladimir Padilha da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
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Departamento: |
Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4321
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Resumo: |
As bactérias do gênero Campylobacter, principalmente C. jejuni, são as principais causadoras de gastroenterite de origem alimentar em humanos, sendo a carne de frango a maior fonte de infecção por esse micro-organismo. A resistência aos antimicrobianos é causa de preocupação em todo o mundo, e a Organização Mundial da Saúde já classifica a resistência de C. jejuni às fluorquinolonas como de alto risco. Com isso, os objetivos desse estudo foram verificar o perfil fenotípico e genotípico de resistência a antimicrobianos, bem como avaliar a presença de plasmídeos em isolados de C. jejuni provenientes da cadeia produtiva de frangos de corte da região sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram utilizados 28 isolados de C. jejuni com diferentes perfis clonais obtidos por PFGE. A resistência fenotípica foi avaliada qualitativamente pela técnica de Disco-Difusão (DD) em ágar, sendo os isolados resistentes submetidos a técnica quantitativa de microdiluição em caldo, para avaliação da Concentração Inibitória Mínima (CIM). Para identificação dos genes associados à resistência aos antimicrobianos foi utilizada a técnica de polymerase chain reaction (PCR). Foram avaliadas, ainda, mutações no gene gyrA, por meio do sequenciamento da região de ligação das quinolonas ao seu alvo na bactéria. Dos isolados avaliados, 18,8% foram suscetíveis a todos os antimicrobianos testados, enquanto resistência a pelo menos um antimicrobiano foi observada em 82,2% (n=23) dos isolados, dos quais 53,57% (n=15) apresentaram perfil de multirresistência, sendo resistentes a três ou mais classes de antimicrobianos. A resistência as quinolonas foi a mais frequente, ocorrendo em 75% (n=23) dos isolados, enquanto 60,7% (n=17) foram resistentes as tetraciclinas. Para os macrolídeos avaliados, 21,4% (n=6) dos isolados apresentaram resistência fenotípica, sendo observada, ainda, resistência aos aminoglicosídeos (canamicina) e aos β-lactâmicos (ampicilina) em 39,3% (n=11) e 32,1% (n=9) dos isolados, respectivamente. Quanto aos mecanismos moleculares de resistência, os genes que compõem o operon cmeA, cmeB e cmeC foram encontrados, respectivamente, em 78,3% (n=18), 91,3 (n=21) e 100% (n=23) dos isolados que apresentaram resistência fenotípica no teste de DD. A bomba de efluxo cmeG também foi observada nos isolados de C. jejuni avaliados, estando presente em 91,3% dos isolados com resistência fenotípica as quinolonas. O gene apha-3 foi observado em 100% (n=11) dos isolados resistentes à canamicina. Além disso, verificou-se a presença de plasmídeos em 85,7% (n=24) dos isolados, albergando os genes tet(O) e apha-3 em 82,3% (n=14) e 81,8% (n=9) dos isolados que apresentaram resistência fenotípica à tetraciclina e à canamicina, respectivamente. Os resultados obtidos no presente estudo ressaltam a importância do monitoramento da resistência aos antimicrobianos em isolados de C. jejuni provenientes da cadeia produtiva de frangos, visto que a presença de isolados com perfil de resistência e multirresistência a antimicrobianos representa um grande risco à saúde pública. |