Detecção de fatores de virulência e resistência antimicrobiana em estirpes de Campylobacter spp. em isolados humanos e de matadouros-frigoríficos de aves na Região Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Sierra Arguello, Yuli Melisa
Orientador(a): Nascimento, Vladimir Pinheiro do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
MIC
PCR
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/206742
Resumo: Campilobacteriose é uma zoonose de distribuição mundial, com repercussões importantes na saúde pública e um grande impacto socioeconômico. O objetivo deste estudo foi investigar a ocorrência, padrões de resistência antimicrobiana e sua relação fenotípica e genotípica, bem como a caracterização de marcadores de virulência em isolados de Campylobacter spp. obtidos a partir de fontes de origem aviária de diferentes pontos na linha do abate de matadouros-frigoríficos do Estado do Rio Grande do Sul. Um total de 141 amostras, incluindo fezes (n=8), água de chiller (n=18), carcaças de frango durante o processo do abate (n=26) e carne de frango pronta para o consumo (n=89) foram avaliadas. Todos os isolados foram confirmados pela técnica m-PCR baseados na detecção da região 16S rRNA e os genes ceuE e mapA. Determinou-se a presença de Campylobacter jejuni em 140 amostras (99.2%), enquanto que Campylobacter coli foi identificado na amostra restante (0,7%). Cento e quarenta e uma cepas de Campylobacter spp. foram submetidas à analise de PCR para a detecção de marcadores de resistência e as 140 de Campylobacter jejuni para avaliar genes de patogenicidade. Em referência a Campylobacter jejuni, os resultaram indicaram que o gene flaA estava presente em 78.5% e o marcador cadF foi detectado em 77.8% dos isolados. Do total das amostras 85% (119/140) foram detectados para o gene cdtA, 80% (112/140) para o gene cdtB e 92.1% (129/140) para o gene cdtC. O operon (cdtABC) associado com a expressão total da toxina citoletal estava presente em 74.2% (104/140) das amostras. O marcador genético associado à invasão (iam) não foi encontrado em nenhum dos isolados de Campylobacter jejuni, e a ocorrência dos genes virB11 e wlaN foi de 22.1% e 10.7%, respectivamente. Na pesquisa de resistência a antimicrobianos, uma alta porcentagem (65%) (91/141) dos isolados de Campylobacter spp. são resistentes a β-lactâmicos. Cinquenta cepas (35.5%) são resistentes a tetraciclinas e 26 (18.5%) tem a presença da bomba de efluxo. Neste contexto, 36 de 141 cepas de Campylobacter (25.6%) são resistentes a dois diferentes marcadores de resistência (blaOXA-61 e tetO). Realizou-se também outro estudo, para detectar a mutação no gene gyrA da região determinante de resistência a quinolonas (QRDR). Um total de 50 amostras de Campylobacter jejuni foram submetidas a testes de sensibilidade mediante ensaios genotípicos e fenotípicos. A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi determinada utilizando a técnica de microdiluição em caldo. Os resultados obtidos mostraram uma porcentagem de 98% sensíveis a eritromicina. Em contraste, 94% de Campylobacter jejuni isolados foram resistentes à ciprofloxacina (47/50) e quarenta e cinco cepas (90%) resistentes ao ácido nalidíxico. Em referência aos isolados resistentes à ciprofloxacina, 100% das estirpes apresentavam relação entre o fenótipo de resistência e uma mutação no aminoácido 86 do gene gyrA, sendo detectada pelo ensaio de PCR-RFLP e posteriormente confirmada por sequenciamento. Os resultados deste estudo mostram uma grande diversidade entre os isolados analisados. O esforço para reduzir as infecções por Campylobacter spp. em humanos está diretamente ligado a uma melhor compreensão dos aspectos biológicos deste microrganismo e, particularmente, dos seus mecanismos de virulência e resistência, que contribuem na patogênese da doença.