A tradução da Matemática em contexto de interdisciplinaridade: um estudo de projetos vivenciais do Ensino Médio Politécnico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Gláucia Potenza
Orientador(a): Fonseca, Márcia Souza da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática
Departamento: Instituto de Física e Matemática
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/4573
Resumo: Este trabalho analisou a maneira como a Matemática foi traduzida nos projetos vivenciais dos Seminários Integrados, desenvolvidos por uma turma de terceiro ano do Ensino Médio Politécnico, em contexto interdisciplinar. Para isso, estudou-se a LDB de 1996, as OCNEM de 2006, as DCNEM de 1998 - com atualizações, o Regimento e a Proposta do Ensino Médio Politécnico apresentados pelo governo, e os projetos vivenciais desenvolvidos por grupos de alunos dos três anos do Ensino Médio Politécnico, nos Seminários Integrados do ano de 2016 na Escola Estadual de Ensino Médio Adolfo Fetter, situada na cidade de Pelotas/RS. Além dessa análise documental, realizou-se uma entrevista semiestruturada com a professora que atuou na turma investigada, e conversas informais com a coordenadora pedagógica e com alguns professores que também foram coordenadores dos Seminários Integrados no mesmo ano. Para a análise, usou-se a Análise do Discurso, de inspiração foucaultiana, e para a interpretação das informações foi adotado o conceito de tradução desenvolvido por Derrida. A pesquisa constatou a existência de certa ordem do discurso na escola: que apenas professores qualificados estão ‘autorizados’ a trabalhar com projetos de pesquisa interdisciplinares e que cada professor só está autorizado a falar sobre conhecimentos relativos à sua formação acadêmica; assim, apenas os professores de Matemática podem orientar sobre conteúdos matemáticos. Outro aspecto ressaltado foi que os conhecimentos matemáticos abordados nos projetos vivenciais se resumem aos estatísticos. Ainda, percebeu-se que os professores estão autorizados a falar e abordar Saúde Pública e Saberes Estatísticos por serem essas duas formas de controle da população: a Saúde para manter a população saudável, ativa e produtiva; e o Saber Estatístico para instrumentalizar os indivíduos a fim de que fiquem dóceis e sujeitos ao controle pelo Estado. Por fim, verificou-se que o Saber Estatístico compõe, de forma importante, uma Etnomatemática que se apresenta na escola.