Representações sociais de homens autores de violência sobre ser homem e ser mulher

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lemos, Duilia Sedrês Carvalho
Orientador(a): Oliveira, Michele Mandagará de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
TRS
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14479
Resumo: A violência faz parte das construções da sociedade e atinge a todos (as) que a vivenciam tanto diretamente como enquanto espectadores. As atitudes de violência podem apresentar-se de várias formas: negligência, desprezo, violência física, sexual, psicológica e originalmente não é um problema de saúde, mas, torna-se por gerar danos importantes à construção dos sujeitos. A violência contra mulheres é considera como um problema de saúde pública, por apresentar alta prevalência e por seus efeitos atingirem a todas as envolvidas e ao contexto na qual estão inseridas. Os homens autores de violência fazem parte desse problema e inúmeros trabalhos tem mostrado a necessidade de aprofundar os estudos sobre esses homens no intuito de pensar estratégias no trabalho da violência contra mulher. Compreender a construção social destes homens, de suas masculinidades e da forma como expressam suas percepções torna-se fundamental para nos apontar caminhos para desarticular e diminuir os impactos devastadores da violência doméstica. Para estudo desse fenômeno optou-se pela utilização da Teoria das Representações Sociais na perspectiva da abordagem processual com o objetivo de apreender as representações sociais de HAV do que é ser homem, ser mulher e sobre violência. Além de aproximar se de como essas representações influenciam na manutenção das atitudes violentas praticadas por esses homens. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada em uma cidade do Sul do Rio Grande do Sul com homens autores de violência que concluíram a participação em grupos reflexivos. Utilizou-se entrevista semiestruturada e o diário de campo como técnicas de coleta e os dados foram analisados a partir de Bardin. Os dados foram coletados em dois momentos (agosto/19 e janeiro/24) e o projeto foi autorizado pelo comitê de ética pelo parecer nº6.585.773. Como principais resultados encontrou-se: a maior parte dos homens continuam com as companheiras, utilizaram ou utilizam substâncias psicoativas (álcool e maconha), possuem baixa escolaridade e vivenciaram alguma forma de violência na sua infância. Como ser homem os participantes representam que ser homem é prover, cuidar/ controlar. Ser mulher é ser mãe, ser disponível e não incomodar. Além destes, os homens autores de violência justificam suas práticas de violência pelas atitudes das mulheres e possuem expectativas polarizadas sobre os comportamentos das companheiras. Conclui-se dessa forma que o estudo foi capaz de atender aos objetivos iniciais e apresentar componentes que podem auxiliar na capacitação de profissionais no trabalho em comunidades e grupos específicos de homens autores ou não de violência.