O Jornal Escolar: escrita e pensamento.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Augé, Marilda Edina Vellar
Orientador(a): Damiani, Magda Floriana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/7850
Resumo: Esta dissertação relata uma pesquisa desenvolvida a partir da criação de um jornal escolar, em aulas de língua materna, por uma turma de 7ª série do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública municipal de Pelotas/RS, composta por trinta alunos. O projeto procurou incentivar nos alunos o gosto pela leitura e pela escrita, de forma prazerosa, observando a norma culta, bem como exercitar e desenvolver suas funções psicológicas superiores (a capacidade de realizar comparações, diferenciações, abstrações, planejamentos, argumentações, avaliações, por exemplo) através de atividades que avaliassem criticamente a qualidade de textos jornalísticos, tanto nos aspectos relacionados à forma, quanto nos aspectos relacionados ao conteúdo. A pesquisa foi fundamentada por teóricos da área da Lingüística e da Psicologia Sócio-Histórica, como por exemplo, Halliday (1976) e Vygotsky (1982), os quais investigaram o papel da linguagem no desenvolvimento do indivíduo. Também se estabeleceu uma interlocução com teóricos que estudam o ensino da língua materna e os processos de letramento, como Faria (2002), Kato (1986), Tfouni (1995), Soares (2003) e Possenti (2002). A metodologia de avaliação do projeto teve um cunho qualitativo, sendo os dados coletados, junto aos alunos, por meio de dois questionários aplicados no começo e no fim do trabalho, respectivamente; uma avaliação final do projeto (escrita); e textos escritos durante as atividades realizadas em aula. Esses dados foram complementados com as anotações do diário de campo da pesquisadora. Os dados dos questionários e da avaliação foram analisados por meio de um processo de análise de conteúdo e os textos foram examinados em seus aspectos lingüísticos, tentando verificar os efeitos das atividades desenvolvidas sobre a habilidade de escrita dos alunos. Os resultados sugerem que o Projeto Jornal na Sala de Aula trouxe sentido às atividades, proporcionando o aumento da consciência dos alunos sobre o que é ler e escrever. Há indícios de que os alunos passaram a praticar a leitura com satisfação e mostraram-se motivados à escrita; de avanço em relação à capacidade de planejamento verbal; e de evolução em termos de autoria, o que ilustra o desenvolvimento de processos de pensamento. Os achados deste trabalho podem contribuir para a discussão sobre a utilização do jornal escolar como elemento motivador e fomentador dos processos de aprendizagem dos alunos.