Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Gallo, Erika Alejandra Giraldo |
Orientador(a): |
Murray, Joseph |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pelotas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/10417
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Resumo: |
A violência contra crianças e adolescentes, qualquer que seja sua forma, é uma importante preocupação das organizações mundiais e um dos principais temas globais a ser resolvido, devido ao impacto que tem sobre o número de vítimas e a magnitude das sequelas orgânicas e emocionais que produz ao longo da vida de um individuo. Exposição à violência na infância tem sido associada com o desenvolvimento de problemas de saúde mental na adolescência e na vida adulta. No entanto, tem se pouca evidência disponível de estudos prospectivos em países de baixa ou média renda, assim mesmo, não são bem esclarecidas as diferenças por sexo na associação entre maus-tratos na infância e adolescência com o posterior desenvolvimento de depressão ou ansiedade. Os objetivos da presente tese foram: 1) estudar os diversos fatores associados com a exposição à violência na infância e adolescência dos membros do estudo de coorte de nascimentos de 1993 da cidade de Pelotas-RS, Brasil, 2) estudar a relação entre maus-tratos na infância e adolescência com o subsequente desenvolvimento de episódio depressivo maior aos 18-19 anos, neste mesmo estudo de coorte, e 3) sumarizar as evidências na literatura das diferenças por sexo na associação entre maus-tratos na infância com depressão ou ansiedade na idade adulta. Os principais achados são descritos na continuação para cada artigo:Artigo 1. Através de registros oficiais foi observado que eventos de vitimização na infância e adolescência encontram-se presentes em 22% dos membros da coorte até a idade de 18 anos. As maiores incidências foram constatadas para o sexo feminino, e entre membros cujas mães eram adolescentes, mais pobres, menos escolarizadas e sem companheiro ao momento do nascimento da criança. A vitimização violenta mais incidente foi por crimes de lesões corporais, roubo e crimes contra a liberdade individual. A taxa de violência na comunidade registrada nos órgãos oficiais é muito mais alta que violência no âmbito familiar. Artigo 2. Mulheres da coorte que relataram exposição a abuso emocional (OR = 2,7; IC95% = 1,9 - 3.8) e violência doméstica (OR = 1,9; IC95% = 1,2 - 2,9) na infância, estavam em risco aumentado para depressão, mesmo após o ajuste para fatores de confusão e outros tipos de maus-tratos. Mulheres expostas a duas ou mais formas de maus-tratos apresentaram maior risco para a depressão (OR = 4,1; IC95% = 2,8 - 6,1) em comparação com as meninas não expostas. Na análise ajustada, maus-tratos não foram associados com a depressão entre homens. Artigo de Revisão. Observou-se associação significativa (p<0,05) entre exposição ao abuso físico e sexual com posterior desenvolvimento de depressão e/ou ansiedade, tanto para o sexo masculino quanto para o feminino, excetuando para sexo masculino entre abuso sexual e ansiedade. Os efeitos estudados foram maiores para o sexo feminino quando comparados com o masculino, mas não apresentaram diferenças significativas entre eles (p>0,05).A violência contra crianças e adolescentes é um importante fator de risco para o desenvolvimento de episódio depressivo maior e/ou ansiedade. Intervenções precoces para prevenir todas as formas de violência na infância são necessárias com o intuito de diminuir as consequências sobre a saúde mental do adulto, especialmente entre as meninas expostas a poli-maus-tratos. Estudos como o presente, permitiriam identificar fatores de risco e protetores ao longo da vida do indivíduo, salientando a importância da implementação de medidas de vigilância e controle da violência. |