Investigação do potencial terapêutico do cetoprofeno em nanocápsulas para o tratamento de gliomas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silveira, Elita Ferreira da
Orientador(a): Braganhol, Elizandra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Bioprospecção
Departamento: Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
COX
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6072
Resumo: Os gliomas são considerados os tumores cerebrais primários mais comuns e devastadores do sistema nervoso central devido a sua rápida progressão e seus elevados índices de recorrência. Além disso, a barreira hematoencefálica limita a entrada de quimioterápicos no SNC, de modo que apenas fármacos altamente lipofílicos possam ser utilizados. A utilização de formulações de nanocápsulas de cetoprofeno torna-se uma estratégia promissora para uma nova modalidade terapêutica devido á sua alta lipofilicidade e sua ação anti-inflamatória, que possivelmente controla a superexpressão da enzima ciclo-oxigenase-2 que está associada à gliomas clinicamente mais agressivos e controlam a modulação das células imunes no microambiente inflamatório. Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do cetoprofeno em formulação de nanocápsulas sobre a proliferação in vitro e in vivo de gliomas. Primeiramente foi avaliado o efeito antiproliferativo das formulações de cetoprofeno em nanocápsulas em linhagens de glioma de rato C6, de glioma humano U138MG e U251MG. O experimento demonstrou uma redução na progressão e viabilidade celular e a ocorrência de morte celular via processo de necrose. As formulações de cetoprofeno em nanocápsulas foram seletivas para as células tumorais como evidenciado pela ausência de toxicidade sobre culturas primárias de astrócitos de ratos. A seguir foi investigado o efeito das formulações de cetoprofeno em nanocápsulas in vivo, onde através do modelo de implante de glioma e posterior análise histológica verificamos que as mesmas possivelmente foram capazes de vetorizar o cetoprofeno ao cérebro, reduzindo o volume do tumor e suas características de malignidade. O tratamento com cetoprofeno em nanocápsulas evitou o declínio da atividade locomotora dos animais implantados com glioma, parâmetro que foi avaliado pelo teste do campo aberto e que está relacionado a uma maior sobrevida dos pacientes. A avaliação da atividade nucleotidásica em linfócitos revelou que o tratamento com cetoprofeno, tanto na forma livre como nanoencapsulada, aumentou a hidrólise de ATP e ADP, enquanto que a atividade da adenosina deaminase diminuiu. As alterações na atividade das ectonucleotidases sugerem um acúmulo de adenosina, molécula imunossupressora, que pode estar envolvida na diminuição da ativação dos linfócitos, controlando o processo inflamatório pró-tumoral. As formulações de cetoprofeno em nanocápsulas também não causaram dano sistêmico como verificado através da análise das enzimas sorológicas ALT, AST e dos níveis de creatinina e uréia, as quais são marcadores de dano hepático e renal. Nossos resultados sugerem que o cetoprofeno em formulação de nanocápsula pode ter uma função importante no controle da proliferação tumoral, podendo contribuir no tratamento adjuvante de gliomas.